O estado de emergência foi declarado “no interesse da segurança pública, da proteção da ordem pública e da manutenção de fornecimentos e serviços essenciais para a vida da comunidade”, informou Gotabaya Rajapaksa numa nota oficial.

O chefe de Estado tomou a decisão após reunir-se com o seu irmão e primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa, e o seu gabinete, devido à citação “tensa” vivida hoje, com uma greve geral que paralisou a atividade em todo o país e grupos de manifestantes exigiram a renúncia de todos os líderes.

Um dos ministros que participou na reunião revelou à agência de notícias EFE, em anónimo, que Gotabaya Rajapaksa chegou a considerar a demissão do primeiro-ministro para enfrentar a situação.

“Foram partilhas opiniões durante a reunião e alguns sugeriram que o primeiro-ministro deveria renunciar. O Presidente estava no Gabinete e estava realmente interessado em resolver essa questão de alguma forma, mesmo com a demissão do primeiro-ministro”, disse o governante.

O porta-voz do primeiro-ministro cingalês, Rohan Weliwita, garantiu à EFE, no entanto, que Mahinda Rajapaksa não renunciou.

“O primeiro-ministro ainda não decidiu renunciar”, disse.

Esta semana, a oposição apresentou duas moções de censura contra o Presidente e o Governo, embora ainda se desconheça a dará em que vão ser votadas.

Essa incerteza fez com que milhares de pessoas se reunissem hoje junto do parlamento, exigindo a votação de ambas as moções nos próximos dias, apesar de terem sido duramente repulsas pela polícia com gás lacrimogéneo e canhões de água.

O Sri Lanka está a passar por uma grave crise económica que provocou escassez de bens essenciais, como alimentos, combustível, medicamentos ou azeite.

Esta situação, desencadeada pela falta de divisas internacionais para importar os produtos necessários, provocou corte de energia de até 13 horas.