É a principal conclusão do do Relatório Accelerating European Innovation: a primeira avaliação completa do impacto dos programas de apoio às startups da UE no crescimento e na inovação.

Um relatório que surge numa altura em que a União Europeia enfrenta uma série de debates sobre como se pode tornar mais competitiva no panorama internacional, seja na corrida à inteligência artificial, com eventos como o AI Action Summit, ou na guerra comercial com os EUA, com as novas tarifas americanas sobre os bens importados pela Europa, que deverão entrar em vigor no início de abril.

No relatório estão incluídos os dados de mais de 13.600 startups analisadas pela Dealroom, o que permite elaborar conclusões importantes sobre os desafios que a Europa enfrenta e as áreas onde está a encontrar algum sucesso.

Como se chega ao número de 520 mil milhões de euros?

  • Os programas da UE apoiaram startups europeias com 12 mil milhões de euros.
  • As startups que foram alvo desse investimento angariaram adicionalmente 70 mil milhões de euros em capital de risco.
  • Nestas rondas de investimento, as startups visadas conseguiram uma avaliação total de mercado de cerca de 520 mil milhões de euros.
  • Este valor representa 10% de todas as startups apoiadas por capital de risco na Europa.

Casos de sucesso como a BioNTech, que desenvolveu uma vacina contra a Covid, e a ARM, líder na tecnologia de chips móveis, demonstram o grande potencial de inovação das empresas europeias.

“Estamos muito satisfeitos por ver que as startups apoiadas pela UE conseguiram quase multiplicar por seis vezes o seu financiamento público de 12 mil milhões de euros, angariando mais de 70 mil milhões de euros em financiamento privado e realizando um valor empresarial de 520 mil milhões de euros. Dito isto, ficámos chocados ao ver que apenas 5% dos 225 mil milhões de euros de financiamento público foram para startups e esperamos que esta atribuição mude nos futuros programas-quadro”, reitera Thijs Povel, Managing Partner na Dealflow.eu.

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Os números partilhados pela Dealflow e pela Dealroom mostram que as startups apoiadas pela UE já criaram 800 mil postos de trabalho globalmente e que têm também uma taxa de sucesso significativamente maior entre as rondas de capital de risco, em comparação com as startups europeias apoiadas por capital de risco que não receberam qualquer financiamento da UE.

O que saber sobre estas empresas?

  • Cerca de 74% das startups apoiadas pela UE fabricam produtos físicos, sobretudo em áreas tecnológicas de ponta, em comparação com 25% do ecossistema europeu total.
  • O apoio da UE também desempenha um papel fundamental em setores como a tecnologia espacial, os semicondutores, a tecnologia climática e a robótica, o que contrasta com a tendência europeia de apostar mais em SaaS (Software as a Service).
  • Apenas 5% do financiamento da UE para a inovação é atribuído a startups, apesar do seu papel fundamental no futuro da Europa e na inovação mundial.

Estas conclusões mostram o papel que os programas da UE desempenham, muitas vezes na fase early-stage, na redução do risco da trajetória de crescimento dos campeões tecnológicos europeus.

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“Este relatório mostra que o financiamento público pode reduzir o risco da inovação inicial e abrir caminho ao capital privado, com resultados muito positivos”, refere Yoram Wijngaarde, fundador e diretor executivo da Dealroom.

Com este relatório, a Dealflow.eu e a Dealroom procuram provar o valor das startups europeias financiadas pela UE, num esforço para alavancar ainda mais a inovação na Europa e fazer frente à concorrência dos EUA.

Para onde caminha a Europa?

Este foi um dos temas que cobrimos na última edição do Web Summit com a nossa série “Beyond The Summit”, em parceria com o Banco e o Fundo Europeu de Investimento.