Embora invisível ao nível do solo após milénios, o recinto ainda sobrevive sob o jardim de Thomas Hardy e tem agora proteção do governo como monumento classificado, já que foi reconhecido o seu estatuto de local de importância nacional, conta o The Guardian.
Durante a construção da casa, o escritor nada sabia sobre o local, mas foram descobertas nessa altura sepulturas romanas e da Idade do Ferro, o que o levou a pensar que se tratava de um antigo cemitério. No entanto, foi também encontrada aquilo a que chamou uma "pedra druida" e que voltou a colocar no seu jardim, reconhecendo que aquele espaço também tinha um passado neolítico.
Mais tarde, quando foram feitas escavações, na década de 1980, antes da construção de uma estrada junto à casa, os arqueólogos descobriram o um grande recinto neolítico circular, com quase 100 metros de diâmetro, que foi construído em cerca de 3.000 a.C., ou seja, mais ou menos ao mesmo tempo que a fase mais antiga dos círculos de pedra de Stonehenge.
Quase metade do recinto, conhecido como Flagstones, foi destruído pelo projeto rodoviário, mas o restante está preservado nos terrenos que acolhem a casa do escritor, atualmente propriedade do National Trust, uma organização de conservação do património.
"Algumas pessoas poderão perguntar por que razão estamos a classificar algo de que só temos metade, mas trata-se realmente de um tipo de monumento muito raro, sobretudo do período neolítico. Há apenas uma dúzia de sítios semelhantes de datas semelhantes que foram identificados no resto da Grã-Bretanha", explicou Jill Guthrie, conselheira da Historic England.
Assim, o passo dado pelo governo vai "preservar e proteger a arqueologia enterrada para o benefício das gerações atuais e futuras, e isso é o mais importante".
Comentários