À entrada para o Conselho Nacional do PSD, que decorre hoje à noite em Ovar, Ribau Esteves fez duras críticas ao “triste silêncio” que considera ter marcado o partido no último mês e meio e lamentou que a reunião se realize mesmo sem a presença do presidente Rui Rio, que testou positivo à covid-19.
Questionado se pediu o adiamento da reunião de hoje, o autarca disse que já fez “o que tinha a fazer”, recusando ser um fator de perturbação do Conselho Nacional
Depois de na última reunião do Conselho Nacional, que se realizou há menos de três semanas em Barcelos, ter dito que estava a ponderar uma candidatura à liderança do partido, Ribau Esteves disse hoje estar “nos últimos dias” dessa reflexão, continuando a falar com muitas pessoas no partido.
“Fui dos poucos que continuei a fazer este debate. Anda gente escondida, o PSD se continuar a fazer este jogo vai por mau caminho, os que se vão apontando como líderes quase certos do futuro são um retrocesso grave”, afirmou.
Ribau Esteves recusou que a sua decisão possa depender de questões financeiras e defendeu que o próximo líder do partido tem de fazer “uma campanha espartana” e “não dependa financeiramente de ninguém”.
“Não pode alimentar-se de sociedades que não são conhecidas e não têm porta aberta aos portugueses”, acrescentou.
Questionado se está a falar de Luís Montenegro (que foi apontado como pertencendo à maçonaria, o que sempre negou), disse só querer fazer “declarações de princípio”, mas deixou fortes críticas ao antigo líder parlamentar.
“Luís Montenegro pertence ao passado do PSD, não pertence ao futuro, não é uma carta inovadora, não é uma carta livre”, afirmou.
Ribau Esteves defendeu que, ou o partido “abre uma página nova”, ou não resistirá a um PS com maioria absoluta e a um Chega e IL “com muita dinâmica”.
“Se forem os mesmos do costume, na lógica do costume, tem um mau futuro”, avisou, e deixou uma garantia.
“A minha candidatura ou a que eu apoiar não paga quotas a ninguém, o PSD tem de mudar de vida, têm de acabar os sindicatos de voto”, afirmou.
O autarca de Aveiro lamentou a ausência em Ovar de militantes como Miguel Pinto Luz – dizendo que seria mais útil hoje no Conselho Nacional do que “na Polónia ou na Roménia”, onde se encontra a realizar trabalho com refugiados da Ucrânia – e defendeu que todos os que ponderam ser candidatos a líderes do partido deveriam estar presentes hoje, na qualidade de observadores.
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