"Quero agradecer publicamente as imensas mensagens de apoio e acreditem que este é um momento muito difícil", explicou o diretor do jornal no editorial.
O jornalista Adelino Sá, natural do Porto, foi o fundador daquele que foi o primeiro jornal destinado à comunidade portuguesa na Suíça.
O jornal, com sede na cidade de Luzerna, contava com uma tiragem média mensal de 6.000 exemplares que chegava a todo o território helvético.
Segundo o diretor, foi necessário “muito esforço e dedicação” para dar vida ao jornal durante os 22 anos que esteve ao serviço da diáspora portuguesa na Suíça, ainda no editorial, que reproduziu na rede social Facebook.
“Para se chegar até aos dias de hoje, foi necessário percorrer muitos milhares de quilómetros, nos últimos 14 anos. E orgulhamo-nos muito, temos de o referir, de nunca termos falhado uma única edição”, adianta.
A Gazeta Lusófona, conhecida pela comunidade portuguesa na Suíça como sendo um “jornal de proximidade”, além de tratar dos mais diversos temas da atualidade portuguesa na Suíça, disponibilizava informações praticas aos leitores de forma a ajudar a comunidade na sua integração no país de acolhimento.
O fundador da Gazeta despede-se, deixando explícito todo o esforço e dedicação que colocou no projeto para servir a comunidade durante mais de duas décadas.
“Dei desde o início o melhor de mim em enaltecer e divulgar o melhor da nossa comunidade, que é rica de valores e profunda de sentimentos patrióticos, com uma dedicação e amor incomensurável à terra que os viu nascer, carregando consigo os nossos costumes e tradições”, explica o jornalista.
“A idade começa a pesar e os problemas de saúde também se começam avolumar. Chegou o momento de me despedir depois de 22 anos de atividade”, declara o jornalista, confessando que “não é uma decisão fácil e que de certeza nem todos vão entender”.
Segundo o jornalista, a situação atual de pandemia veio acelerar a tomada de decisão de encerramento do projeto.
“Este período mais obscuro, devido a esta pandemia, que veio trazer ao de cima todas as nossas imensas fragilidades, faz com que vos escreva estas palavras de despedida”, refere Adelino Sá, salientando que “esta paragem também veio trazer ao de cima todas as debilidades do foro económico e, muito especialmente, para quem tem um projeto que depende de terceiros”, como é o da publicação.
Clément Puippe, natural do Valais, colaborador regular da Gazeta Lusófona há mais de 10 anos, descreve o fundador do jornal como sendo uma pessoa com grande dinamismo, destacando que “sempre trabalhou no sentido de defender os interesses dos seus conterrâneos”.
O colaborador acrescenta que o fecho era “previsível” e realçou que se trata de o “fim de um ciclo” para o jornalista que, segundo ele, merece descanso depois destes longos anos ao serviço da comunidade.
Na página Facebook do diretor do jornal pode ler-se várias mensagens de agradecimento de portugueses e lusodescendentes que acompanharam o trabalho do jornalista e que deixaram as suas homenagens pelo trabalho prestado durante estas duas décadas.
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