“Teremos agora as decisões municipais, das posturas municipais, e a sua implementação algures por setembro. Vamos ver se conseguimos que o ano letivo comece já com estas mudanças”, disse hoje Eduardo Vítor Rodrigues aos jornalistas, à margem da reunião do Conselho Metropolitano do Porto, que reúne os 17 autarcas dos municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP), à qual preside.
Em causa está a ida a votação na reunião da Câmara de Gaia de segunda-feira de uma proposta para permitir o tráfego rodoviário geral no tabuleiro inferior da Ponte Luiz I entre as 20:00 e as 06:00, segundo um documento a que a Lusa teve acesso.
Por seu lado, a Câmara do Porto disse, em resposta à Lusa, que a abertura do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I ao trânsito rodoviário geral estava “a ser ponderada” pelo executivo liderado por Rui Moreira, após ser conhecido que Gaia vai votar essa possibilidade.
Eduardo Vítor Rodrigues disse que o que vai a reunião de Câmara “é aquilo que foi absolutamente articulado entre os dois presidentes, os dois municípios, as duas polícias municipais”.
“Gaia não se adiantou. Gaia tem reunião de câmara na próxima segunda-feira, ao que eu sei o Porto tem a próxima reunião de câmara na semana seguinte. As posturas de trânsito têm de ser aprovadas nas câmaras municipais, e, portanto, não podemos ter um momento simultâneo para as aprovações”, explicou, sobre o processo.
Eduardo Vítor Rodrigues disse que após as aprovações haverá “um tempo para a sua implementação, sinalética e riscos”.
“Como sempre dissemos, este era um processo que se ia desenvolvendo. Agora acho que fica pouco mais por discutir, mas aquilo que ficar por discutir teremos todos tempo para o fazer, com serenidade”, acrescentou.
O autarca de Gaia e presidente da AMP defende que não se trata de um recuo face às medidas tomadas aquando da reabertura da ponte, em 14 de abril, que reservavam o tráfego 24 horas por dia a transporte público e velocípedes, falando num “ajustamento”, e que o tempo decorrido desde então fez parte de um “processo experimental”.
“O que percebemos é que, de vários pontos de vista, o trânsito noturno estava a ser penalizado sem nenhuma necessidade, e sobretudo estava a ser penalizado com o argumento que nem era operacional, que era o argumento do transporte público. Nós queremos e manteremos o transporte público como prioritário. À noite, essa questão não se coloca”, argumentou Eduardo Vítor Rodrigues.
Nos documentos técnicos a que a Lusa teve acesso, esclarece-se que a proposta da Câmara de Gaia pretende “maximizar a utilização da infraestrutura em benefício de todos”, permitindo “a circulação de outros veículos entre as 20:00 às 06:00”.
Os documentos indicam ainda que foram realizadas pelo menos três reuniões entre as câmaras do Porto e Gaia, e a sinalização proposta, “caso seja aprovada, deverá ser colocada em simultâneo com a sinalização a colocar pela Câmara Municipal do Porto”.
“Foram levadas em consideração contagens (no tabuleiro inferior, ambos os sentidos, de: veículos (autorizados e não autorizados), velocípedes e peões) realizadas pela Câmara Municipal do Porto […], nas quais se verifica uma considerável redução do tráfego pedonal a partir das 20:00”, pode ler-se no documento da Câmara de Gaia que suporta a proposta.
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