As tropas dos talibãs “encontraram ontem [domingo] esta grande quantidade de dinheiro e barras de ouro quando vasculharam a residência de Amrullah Saleh na província de Panjshir”, disse Mashal Afghan, membro da Comissão de Cultura dos talibãs, à agência de notícias EFE.
O dinheiro e o ouro foram entregues ao comandante dos talibãs Mansour Agha, que lidera as forças talibãs na área de Panjshir, onde Saleh tem a sua casa, disse Mashal Afghan.
Num curto vídeo divulgado pelos talibãs, os combatentes podem ser vistos numa sala a contar dinheiro de várias malas cheias de notas e moedas de ouro e a anunciar que vão entregar o dinheiro aos seus superiores para não trair os “mártires”.
Por enquanto, nem Saleh nem ninguém do seu círculo comentou o caso.
A corrupção de funcionários e o uso indevido de bens do Estado foi uma das principais críticas feitas ao Governo deposto do Afeganistão pela comunidade internacional e pelos afegãos.
Apesar dos esforços anunciados pelo Presidente deposto Ashraf Ghani e pelo seu antecessor Hamid Karzai, o Estado afegão não conseguiu conter a corrupção que assolava o sistema.
Saleh foi vice-Presidente de Ghani no último ano e meio e, antes disso, chefiou a principal agência de informação afegã, a Direção de Segurança Nacional (NDS).
Amrullah Saleh voltou para a província de Panjshir após o colapso do governo de Ghani, que fugiu do país em 15 de agosto, coincidindo com a queda de Cabul nas mãos dos talibãs.
Saleh rapidamente se juntou à Frente de Resistência Nacional contra os talibãs sob a liderança de Ahmad Massoud, filho do lendário comandante afegão Ahmad Shah Massoud.
As forças de resistência Panjshir enfrentaram os talibãs por 23 dias, mas ostalibãs acabaram por conseguir capturar grande parte da província em 06 de setembro.
Com a queda de Panjshir, a maioria das forças de resistência retirou-se para as montanhas e, desde então, não há informações precisas sobre o paradeiro de Saleh e Massoud, que podem continuar na região ou ter fugido para o vizinho Tajiquistão.
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