Situada a uma quinzena de quilómetros da cidade de Kandahar, a capital da província com o mesmo nome, Panjwai foi durante muito tempo território talibã e palco de fortes combates entre rebeldes e tropas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, no acrónimo inglês).
Desde que os Estados Unidos iniciaram, no passado dia 01 de maio, o repatriamento dos seus soldados após 20 anos de guerra no Afeganistão, os talibãs intensificaram as suas ofensivas contra as forças afegãs para assumirem o controlo das zonas rurais do país.
A tomada de Panjwai pelos talibãs acontece dois dias depois da partida das tropas norte-americanas e da NATO da base de Bagram, situada a 50 quilómetros a norte de Cabul e centro nevrálgico das operações da coligação contra os talibãs nos últimos 20 anos.
Segundo o governador do distrito de Panjwai, Hasti Mohammad, talibãs e forças afegãs confrontaram-se durante a noite, tendo estas deixado a zona.
“Os talibãs ocuparam o quartel-general da polícia no distrito e o edifício do governo”, disse Mohammad à agência France-Presse (AFP).
O presidente do conselho provincial de Kandahar, Jan Khakriwal, confirmou a queda de Panjwai, acusando as forças afegãs, “em número suficiente”, de se terem “retirado intencionalmente”, acrescenta a AFP.
Kandahar é a província de origem dos talibãs, os quais tomaram o poder no Afeganistão em 1996, instaurando um regime islâmico ultra fundamentalista antes de serem derrubados em 2001 por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, na sequência dos atentados do 11 de setembro.
Os combates recrudesceram nas últimas semanas em várias províncias afegãs e os talibãs afirmam controlar uma centena de distritos dos perto de 400 existentes no país.
As autoridades afegãs contestam este número, mas admitem que as forças governamentais se retiraram de alguns distritos, sendo difícil verificar a situação no terreno de forma independente.
A retirada das forças estrangeiras de Bagram e a curto prazo do Afeganistão levam a recear que o exército afegão não consiga fazer frente aos talibãs sem o apoio aéreo até aqui fornecido pelas forças norte-americanas.
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