“Todas as atividades dos partidos políticos são proibidas no país porque não têm base na lei islâmica, não trazem nenhum benefício e o país não as quer”, disse Sharie em conferência de imprensa em Cabul.

Depois de assumirem o controlo de Cabul há dois anos, entre promessas de mudanças em relação ao seu primeiro regime entre 1996 e 2001, os talibãs anunciaram a formação de um governo interino criticado por excluir mulheres, partidos políticos e diferentes grupos étnicos.

O diretor de relações públicas do Ministério da Justiça, Ansarullah Ibrahimkhil, disse à agência EFE que os talibãs dissolveram os partidos políticos no Afeganistão “no início do Governo do Emirado Islâmico [como se autodenomina o governo talibã]”, embora até agora nenhum líder radical tivesse sido tão claro quanto Sharie.

Antes da chegada dos talibãs, o Afeganistão tinha 73 partidos políticos oficialmente reconhecidos pelo Ministério da Justiça, mas nos últimos dois anos a maioria dessas formações permaneceu inativa, com seus líderes forçados ao exílio.

A perda dos direitos políticos imposta pelos talibãs foi acompanhada de uma série crescente de restrições e proibições aos afegãos, especialmente às mulheres.

Nos últimos dois anos, os talibãs impuseram numerosas restrições, desde a proibição do acesso à educação secundária e universitária para as afegãs a obstáculos no acesso ao trabalho das mulheres, incluindo a proibição de trabalhar para uma ONG ou a imposição de acompanhamento masculino em viagens longas.