No mês passado, o líder supremo dos Talibãs, Hibatullah Akhundzada, ordenou aos juízes que implementassem totalmente os aspectos da lei islâmica, como as execuções públicas, o apedrejamento, açoitamento e a amputação de membros.
Desde então, as autoridades realizaram várias sessões de chicotadas públicas, mas a execução desta quarta-feira em Farah, capital da província de mesmo nome no oeste do Afeganistão, é a primeira que anunciam desde que chegaram ao poder.
De acordo com um comunicado divulgado pelos Talibãs, o nome do homem executado era Tajmir e morava na província de Herat.
"O tribunal supremo foi instruído a aplicar esta ordem de qisas durante uma reunião pública dos moradores", disse um porta-voz dos Talibãs, Zabihullah Mujahid, num comunicado, referindo-se a uma lei islâmica.
O qisas é um princípio islâmico semelhante à lei de talião, que consiste em fazer com que o criminoso sofra danos iguais aos que causou.
Não está claro como a execução aconteceu. Os talibãs especificaram no comunicado que o homem tinha confessado a culpa.
No seu primeiro mandato no Afeganistão (1996-2001), os Talibãs infligiam regularmente punições corporais públicas, incluindo açoitamentos e execuções no estádio nacional de Cabul.
Quando voltaram ao poder, os fundamentalistas islâmicos prometeram que tais medidas deixariam de ser aplicadas, embora tenham implementado restrições cada vez mais severas, especialmente para as mulheres, gradualmente expulsas da vida pública.
Neste momento, no Afeganistão, as mulheres não podem viajar sem estar acompanhadas de um membro da família do sexo masculino e devem usar um véu completo em público, de preferência uma burca.
Os talibãs também fecharam escolas de ensino básico para as meninas na maioria das províncias.
Mujahid garantiu que o caso desta quarta-feira foi examinado por uma série de tribunais antes de chegar ao Supremo Tribunal.
"O caso foi examinado com muita precisão", disse no comunicado. "No final, foi ordenada a aplicação da lei sharia de retribuição ao assassino".
Akhundzada governa por decreto em Kandahar, a cidade onde o movimento nasceu. A declaração especificava que uma dúzia de oficiais do tribunal e representantes dos Talibãs compareceram à execução.
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