"É uma evidência que a questão de Tancos assume uma grande relevância, tal como se demonstra também - isto também é relevante - a tentativa de aproveitamento de Rui Rio, que, à falta de assunto, de perspetivas e alternativas, encontrou aqui a boia de salvação", disse Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP afirmou, em Olhão, estar de consciência tranquila sobre a polémica do roubo de armas de Tancos, mas acrescentou que os comunistas têm "toda a disponibilidade" para realizar uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República o mais breve possível, como sugeriu Rui Rio.
Jerónimo de Sousa admitiu que o seu partido poderia ter agora uma posição diferente quanto ao relatório final da recente comissão parlamentar de inquérito sobre o furto e recuperação de material de guerra dos paióis nacionais, que aprovou, face aos novos dados conhecidos com a acusação formal de várias arguidos, incluindo o ex-ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.
Após uma breve visita de barco à Ria Formosa, ao largo de Olhão e das ilhas barreira da Armona e Culatra, o dirigente comunista assegurou que “o PCP, como é óbvio, tem a consciência tranquila".
"Agora, percebo o desespero de Rui Rio - não tem [outro] assunto", insistiu.
O secretário-geral comunista declarou que, "se houver consenso para isso", o PCP tem "toda a disponibilidade para haver a reunião da comissão permanente e, consequentemente, a [nova] comissão de inquérito [sobre o furto de Tancos]".
"Vamos a ver se a gente se entende: não é hábito do PCP, com base numa suspeita assumir uma verdade absoluta. Por isso mesmo é que a questão da investigação, para nós, é fundamental porque o ‘diz-que-disse', a suspeita ou este ou aquele elemento que tenda para um conclusão precipitada... nós não fazemos isso", ressalvou.
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