Ricardo Sá Fernandes adiantou que enviou um pedido ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa para que o major Vasco Brasão, da Polícia Judiciária Militar (PJM), seja ouvido pelo juiz na quarta-feira.

Em declarações anteriores, Sá Fernandes afirmou que o seu cliente “pretende esclarecer os equívocos” relacionados com a investigação do processo Operação Húbris, sobre a recuperação das armas furtadas em Tancos.

“Não houve a prática de nenhuns ilícitos da parte dele e das pessoas que ele comandou. Há um desfasamento entre instituições, mas nenhuma atividade criminosa”, declarou aos jornalistas Ricardo Sá Fernandes à porta do TIC, onde na quinta-feira começaram a ser ouvidos oito detidos no âmbito da investigação ao aparecimento do armamento furtado em Tancos.

Vasco Brasão encontra-se em serviço com o contingente português da força das Nações Unidas na República Centro-Africana e é alvo de um pedido de detenção feito pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal ao Estado-Maior General das Forças Armadas.

Segundo Ricardo Sá Fernandes, Vasco Brasão é uma pessoa “impoluta, de grande responsabilidade e de grande prestígio na justiça militar, e está desejoso de prestar declarações perante o juiz e esclarecer o equívoco o mais rápido possível”.

“O major Vasco Brasão não é um criminoso. Há equívocos, desfasamentos, incompreensões e, eventualmente, até alguma irregularidade, mas uma atividade criminosa com fins estranhos não corresponde à verdade”, acrescentou o advogado.

A Polícia Judiciária deteve na terça-feira, no âmbito da Operação Húbris, que investiga o caso da recuperação das armas furtadas em Tancos, o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.

Hoje, o TIC de Lisboa decretou prisão preventiva para o diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira, e para o civil.

Um comunicado do TIC adianta que os restantes seis arguidos ficam em liberdade, embora sujeitos a termo de identidade e residência, suspensão do exercício de funções, proibição de contacto com os coarguidos e com quaisquer militares das Forças Armadas, da GNR e elementos da PJM.

O TIC esclareceu que aplicou ao diretor da PJM, aos restantes três elementos daquela polícia e aos três GNR estas medidas pelo “perigo de continuação da atividade criminosa e perigo de perturbação do decurso do inquérito, aquisição e conservação da prova”.

Para o único arguido civil, João Paulino, que responde pelos crimes de tráfico de armas e tráfico de droga, o juiz de instrução criminal João Bártolo considerou que há “perigo de continuação da atividade criminosa e de fuga”.

O despacho do tribunal refere que o diretor e os restantes elementos da PJM e os três militares da GNR estão indiciados pelos crimes de “denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário, associação criminosa e tráfico de armas”.

O diretor da PJM e um outro elemento daquela polícia (Roberto Pinto da Costa) estão também indiciados pelo crime de falsificação de documentos, sendo que ao último está ainda imputado um crime de detenção de arma proibida.

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