Em declarações à Lusa, o deputado do PCP António Filipe disse que os comunistas apoiam "como de costume" os requerimentos para chamar o ministro da Defesa à comissão parlamentar mas advertiu que "pouco adiantará se o ministro disser o que já disse".
Em entrevista publicada domingo no DN e na TSF, Azeredo Lopes Azeredo Lopes referiu-se à falta de provas visuais, testemunhais ou confissão e admitiu que "no limite, pode não ter havido furto nenhum".
"No limite, pode não ter havido furto nenhum. Como não temos prova visual nem testemunhal, nem confissão, por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado... e isto não pode acontecer", disse.
Para António Filipe, "as suposições do ministro não são relevantes", frisando que as questões da investigação criminal saber-se-ão quando o Ministério Público as divulgar.
"As autoridades judiciais farão a investigação", frisou o deputado comunista.
O CDS-PP já divulgou que irá propor na reunião de terça-feira da comissão de Defesa Nacional que a audição com Azeredo Lopes que está prevista para dia 20 inclua um ponto sobre a questão de Tancos.
Contactado pela Lusa, o coordenador dos deputados do PSD na comissão, Pedro Roque, admitiu essa possibilidade, remetendo para a reunião uma posição definitiva sobre o assunto.
A audição tinha sido pedida pelo PSD antes das férias parlamentares sobre as Forças Nacionais Destacadas, relações com a NATO e sobre a Política Europeia de Segurança e Defesa.
Para o PCP, o que é relevante saber numa próxima ida do ministro da Defesa à comissão é "o ponto das eventuais averiguações que existem a nível interno", se "havia indícios de vulnerabilidades", se "houve negligência" e "se as medidas já determinadas estão a ser tomadas".
Na entrevista, Azeredo Lopes revelou alguns pormenores do relatório que pediu no final de junho, depois do furto em Tancos, à Inspeção-Geral de Defesa Nacional sobre o estado das principais instalações militares, concluindo que "é razoável".
Azeredo Lopes indicou ainda que a Inspeção-Geral detetou a necessidade de implementar melhorias em "três dimensões fundamentais", nomeadamente a concentração de material, o reforço dos mecanismos de vigilância e, na parte dos sistemas de informação e de gestão de informação, a criação de um sistema comum aos três ramos.
Isto significa, sublinhou, "a necessidade de uma vez por todas haver um conhecimento instantâneo, atualizado, de tudo o que está nos paióis para se evitar no futuro o que ocorreu em Tancos".
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