“O PS não tem nada a opor, está sempre do lado da verdade e dos esclarecimentos, naturalmente que a posição do PS será favorável”, declarou à Lusa o deputado Miguel Medeiros, coordenador dos socialistas na comissão de Defesa.
Para José Miguel Medeiros, é necessário aguardar por todas as investigações em curso para se poder tirar conclusões, sustentando que “o problema não está no ministro”.
“O PS naturalmente está preocupado com a situação, aquilo que nos compete é ouvir o que o ministro vai dizer sobre o que se passou, que investigações estão a decorrer, e se foram tomadas as medidas adequadas para evitar que situações destas se repitam”, disse.
Quanto ao requerimento apresentado pelo PSD para ouvir o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, o PS também não tem “nada a opor”, mas frisou que em primeiro lugar deve ser ouvido o responsável político.
O PCP também já afirmou que viabilizará a ida de Azeredo Lopes ao parlamento e considerou que o deve fazer “o mais rapidamente possível”.
Em declarações aos jornalistas, na sexta-feira no parlamento, o deputado António Filipe afirmou que “há que averiguar as circunstâncias em que o assalto ocorreu” e que “o Governo deve informar a Assembleia da República e o país o quanto antes acerca das averiguações”.
“A comissão de Defesa vai discutir na próxima semana, obviamente que o PCP considera que o ministro da Defesa deve ir à Assembleia da República prestar os esclarecimentos que tiver e que deve fazê-lo o mais rapidamente possível”, disse.
Do lado do BE, o deputado João Vasconcelos confirmou hoje que apoiará o requerimento para ouvir Azeredo Lopes.
Os requerimentos para a audição de Azeredo Lopes – e no caso do PSD também do Chefe do Estado-Maior do Exército – deverão ser votados na Comissão de Defesa na próxima terça-feira.
O Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada na quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.
Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.
Em declarações hoje à SIC, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades, disse.
Comentários