Sérgio Monteiro integrou o governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho em 2011, assumindo a pasta das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e esteve envolvido no pacote de privatizações que incluiu a venda de 61% do capital da TAP à Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, mas também de 21,35% da EDP à China Three Gorges e de 40% da REN à State Grid of China e à Oman Oil.
Após a saída do governo, em 2015, Sérgio Monteiro ingressou no Banco de Portugal, tendo participado no processo de venda do Novo Banco.
O ex-governante esteve no parlamento no final de março a dar explicações sobre a privatização da TAP, a requerimento do PS, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
Na ocasião, Sérgio Monteiro defendeu que uma injeção pública na TAP implicaria sempre “pôr dinheiro, cortes nos salários e redução das condições de vida” e que, por isso, era “crítico privatizar” a companhia aérea.
O ex-secretário de Estado apontou também que o processo de privatização da TAP foi feito de acordo com a lei-quadro, que tem regras e enquadramento próprio, nomeadamente a necessidade de se obterem, previamente avaliações independentes.
Para Sérgio Monteiro, o resultado prático do processo de privatização foi viabilizar uma empresa com “importância estratégica”, melhorando em 692 milhões de euros as contas da Parpública.
O antigo governante considerou ainda que o negócio de manutenção no Brasil nunca foi “um ativo estratégico” para a empresa, mas um “sorvedouro de dinheiro”.
“Nunca dissemos que a manutenção do Brasil era um ativo estratégico. Era justificado como a única forma de fazer a operação no Brasil crescer, o que eu tenho para mim que não fosse assim”, apontou Sérgio Monteiro, em resposta aos deputados.
O ex-secretário de Estado disse que deu, por duas vezes, orientações ao Conselho de Administração da TAP para que a empresa fosse vendida.
Sérgio Monteiro disse ainda que relativamente a este negócio também foram ponderados todos os cenários, inclusive o encerramento, tendo o executivo optado “por não nacionalizar esse buraco”.
Em 2022, a área de manutenção e engenharia da TAP no Brasil foi encerrada de forma definitiva, após terem sido acumulados prejuízos de aproximadamente 600 milhões de euros em 13 anos.
O negócio contava com mais de 380 trabalhadores.
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