Num esclarecimento enviado hoje aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, lê-se que "outras ideias e projetos, no âmbito do programa de modernização e transformação da TAP, serão amplamente discutidos com os colaboradores e estruturas representativas, para que, em conjunto, se encontrem soluções de melhoria do serviço para os passageiros, contribuindo para a sustentabilidade e viabilidade da empresa".
No projeto "Transformar a TAP numa companhia aérea mais eficiente", a que a Lusa teve acesso, a Boston Consulting Group defende que a empresa deve pôr em marcha um "programa ambicioso" para poupar entre 150 a 200 milhões de euros até 2020, identificando vários caminhos para a companhia aérea nacional ser mais competitiva.
A consultora considera que os custos da TAP estão numa boa posição quando comparados com as companhias de bandeira, mas precisa de ser mais eficiente para competir com as de baixo custo (‘low cost’).
Hoje, a administração da companhia refere a necessidade de "continuar este esforço de transformação da TAP e de melhoria da sua eficiência" para sobreviver "num mercado cada vez mais competitivo".
"O estudo referido pela imprensa é um documento exploratório inicial comparativo da TAP com o mercado; nenhum caminho ou ideia foi ainda aprovado. Tratando-se de um estudo comparativo são levantadas hipóteses, algumas sem aplicabilidade na realidade da TAP", lê-se no esclarecimento aos trabalhadores.
Em julho, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Fernando Pinto, tinha informado os trabalhadores de que a consultora Boston Consulting Group tinha sido selecionada, através de um concurso internacional, "para identificar as boas práticas internacionais que servirão à TAP de referência, em particular no que diz respeito à eficácia, eficiência e agilidade operacionais".
Um mês depois, o primeiro diagnóstico aponta as "oportunidades" para reduzir os custos da transportadora, sendo que um terço da poupança - entre 50 e 70 milhões de euros - é alcançado na categoria dos pilotos e tripulantes, com a renegociação de acordos de empresa e o ajustamento do número de assistentes de bordo ao mínimo exigido por voo.
A segunda maior poupança proposta pela consultora, num valor entre os 40 e os 65 milhões de euros, resultaria de cortes nos serviços aos passageiros - como por exemplo no 'catering' (refeições a bordo) - e poupanças na área comercial, com a renegociação de taxas e incremento das vendas diretas.
Na análise da consultora também o negócio da Manutenção e Engenharia pode ser mais competitivo do que é, pondo a hipótese de uma maior externalização de serviços, o que permitiria poupanças entre os 20 e os 30 milhões de euros.
Ao nível do 'handling' (serviços de assistência em terra), a Boston Consulting 'consegue' uma redução de 10 a 20 milhões de euros até 2020 através da renegociação do contrato com a Groundforce e reforço do 'self service' sobretudo no 'check-in'.
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