“No próximo ano não haverá taxa turística”, afirmou o autarca Rui Moreira no final de uma reunião com o seu homólogo de Lisboa Fernando Medina para quem este "vai ser um tema interessante da campanha eleitoral”.

Rui Moreira, que prefere deixar o tema para o próximo mandato, defendeu ainda que “não foi o turismo que expulsou os habitantes da cidade do Porto” e que “qualquer taxa turística terá de ter como preocupação a questão da pegada turística”.

O autarca referiu ainda que o turismo “precisa de modelos de financiamento” e que “uma das opções relativamente às taxas turísticas tem a ver com o município poder adquirir edificado que depois possa ser disponibilizado à população autóctone, contrariando o que tem vindo a ser a evolução do mercado”.

“O que está a acontecer nalgumas zonas é que o preço do imobiliário está a aumentar”, assinalou o autarca para quem é necessário ter um “stock de habitação disponível para quem cá vive o ano todo, para quem cá trabalha”.

Rui Moreira disse mesmo que “um dos grandes problemas é o facto de a população autóctone não ter recursos disponíveis para continuar a pagar uma habitação que de repente é mais cobiçada”.

“Este é um tema interessantíssimo para debater na próxima campanha eleitoral (…). Estamos a aprender a lição com Lisboa”, destacou.

Também Fernando Medina assinalou que “Porto e Lisboa foram as duas cidades que sofreram grandes processos de desertificação há alguns anos” e que hoje a questão não pode ser colocada como sendo a de “turistas contra os residentes”.

“Há que encontrar soluções novas de políticas públicas de habitação” que permita a coexistência de turistas, residentes e comerciantes, referiu o autarca segundo o qual “o crescimento do turismo cria tensões” e “coloca novos desafios do ponto de vista da gestão urbana”.

O presidente da Câmara de Lisboa assinalou que a gestão do crescimento do turismo é “um bom debate para as cidades”, devendo ser encontradas novas políticas públicas que permitam disponibilizar habitação a preços mais acessíveis e mais qualidade de vida aos que querem residir nos centros das cidades.