Taxista de profissão há seis anos, Sérgio Dias tem 29 anos de idade e colocou precisamente às 19:55 do dia 15 de julho, na sexta-feira passada, um anúncio no sítio da Internet OLX a vender o serviço de transporte Pokémon GO Táxi na área do Porto, Matosinhos, Gondomar e Valongo.
O preço é 20 euros por hora, ou seja, se forem seis passageiros pagam 3,30 euros cada um, com fatura se necessário, informa aquele motorista, informando ainda que fornece Internet gratuita e possibilidade de carregar os telemóveis.
“Viagem a baixa velocidade para chocar os ovos, paragem em todos os ‘pokestops’ (paragem para Pokémon), e ginásios à escolha do cliente. Início e fim do serviço a combinar”, lê-se no anúncio do jovem motorista do Porto, cujo táxi tem lugar para seis passageiros, o que segundo Sérgio Dias, é uma mais-valia, porque torna a viagem mais barata para os grupos de jogadores, que têm de pagar 20 euros por uma hora.
Para a próxima semana, Sérgio Dias, avançou à Lusa que tem já agendados dois serviços com grupos de jogadores de Pokémon, um jogo desenvolvido pela Niantic e distribuído pela Nintendo, com uma média de idades de 20 anos.
No centro do Porto e no Estádio do Dragão “há muitas pokestops” e na “Rotunda da Boavista há ginásio”, descreve Sérgio Dias, que joga pokémon há 21 anos, ou seja desde 1995, e que confessa que se fizer um ou dois serviços destes já “se sente satisfeito”.
Segundo Sérgio Dias, este serviço é muito semelhante a outra qualquer corrida com turistas.
“O que faço é o mesmo que faço com os turistas. A diferença é que os turistas olham para a paisagem e os jogadores olham para o telemóvel”, explica.
A ideia de colocar um anúncio surgiu-lhe quando viu uns motoristas norte-americano a fazer o transporte dos jogadores de Pokémon GO.
“Como eu tenho um táxi de seis lugares, decidi agarrar esta nova oportunidade, embora não tenha nenhuma aspiração de aumentar o volume de negócios”, contou à Lusa Sérgio Dias. Ao fim de semana, o preço por hora sobe para os 30 euros.
Também Pedro Cunha colocou um anúncio no OLX na segunda-feira passada publicando que levava jogadores de Pokémon GO pelas área do Porto, Matosinhos, Gaia, Maia, Gondomar, Fazeres, São Pedro da Cova, Rio Tinto, Ermesinde e Valongo, informando que viajava “devagarinho” e que parava para “chocar os ovos”, com paragem em “todos os pokestops e ginásios a escolha do cliente”.
Pedro Cunha disse à Lusa que apesar do anúncio ter começado por "uma brincadeira com um amigo" já recebeu "alguns pedidos" de serviços de jogadores.
O Pokémon GO Taxi Tuk anuncia que os jogadores que queiram ser os "mais rápidos a apanhar pokemons, e passar naquelas ruas que mais ninguém conhece, um tuc-tuc é do melhor” e oferecem o serviço por 30 euros/hora para as zonas de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória (Porto).
Há também pessoas a anunciar Pokémon GO Walking Service (serviço a pé) onde se anuncia “serviço de caminhada: chocagem de ovos” e “paragem em múltiplos ‘checkpoints’” a cinco euros por 10 quilómetros, com um acréscimo de dois euros em períodos noturnos.
Em entrevista telefónica à Lusa, o vice-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros, José Monteiro, afirmou ter tomado conhecimento do fenómeno Pokémon GO através de uma notícia na terça-feira e questionou-se se não seria uma boa maneira de os jogadores “irem conhecendo o Portugal desconhecido”.
Do lado da Uber, fonte oficial da empresa confirmou hoje à Lusa que existem utilizadores a recorrer à transportadora para “caçar pokémons”, sem que seja dado tratamento especial a essa busca.
Baseado no conceito de realidade aumentada, este jogo convida as pessoas a caçarem pokémons em lugares reais com a ajuda do telemóvel. A partir do sistema GPS de cada dispositivo, os jogadores podem encontrar os pequenos monstros pokémons na rua, no trabalho, num estádio de futebol, num hospital, num museu, enfim em qualquer lado.
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