A concentração dos taxistas em Lisboa começou pelas 05:00 da manhã e cerca das 13:00 mantinham-se no local uma centena de profissionais, esperando por novidades que venham da Assembleia da República, no âmbito das reuniões agendadas com os grupos parlamentares.
O período de espera dos taxistas é preenchido por momentos de convívio, já que a intenção é que esta seja “uma manifestação pacífica e ordeira”, disse à Lusa Pedro Lopes, taxista em Lisboa há 37 anos.
“Está pacífico e esperemos que continue”, reforçou este profissional.
Questionado sobre se este é um dia de trabalho perdido, o taxista explicou que o setor de táxi não é uma atividade rica, “mas há que fazer sacrifícios, seja hoje, seja amanhã”.
Neste sentido, o taxista manifestou total disponibilidade para outras iniciativas de luta que possam vir a surgir, já que isso terá impacto no futuro deste setor.
“É essencial estar aqui a mostrar a nossa força”, afirmou, explicando que o objetivo é que a lei que vai regular as plataformas eletrónicas “seja melhor analisada” para que “haja uma maior igualdade”.
Também presente na concentração em Lisboa, o taxista Fernando Alves, com atividade há 26 anos, contou à Lusa que tem participado sempre nas ações de luta, defendendo que é necessário equilibrar as condições em que as plataformas atuam.
Para este profissional, aos taxistas são exigidas várias obrigações, nomeadamente a carteira profissional e um seguro de vida para os passageiros, o que não acontece com as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros.
“Nós temos muitas despesas e eles atualmente zero. Não têm despesas nenhumas”, considerou.
Sobre a adesão a esta concentração, o taxista acredita que está completa, uma vez que “não há nenhum táxi a trabalhar”, mas, no entanto, considera que “à manifestação é que talvez tenham vindo poucos”.
Os taxistas manifestam-se hoje em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho.
A legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 31 de agosto e entra em vigor a 01 de novembro.
Desta vez, não está agendada uma marcha lenta, mas o estacionamento das viaturas ao longo das ruas.
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