Em comunicado enviado à Lusa, a ATEM, depois de lamentar as três mortes, alerta que “as equipas do INEM não dispõem de equipamentos de proteção individual adequados à intervenção neste tipo de incidente”, salientando que os membros do INEM que participaram na operação de socorro na A1 “apresentavam-se unicamente de capacete, sem qualquer outro equipamento de proteção individual, nomeadamente casaco ou calças conforme ditam as mais elementares regras”.
Segundo aquela associação, “em todo o tipo de intervenção a regra nº 1 é a garantia da segurança das equipas que intervêm na prestação dos cuidados e socorro, o que aqui esteve em causa”.
A ATEM deixa, por isso, críticas ao INEM: “Aquilo que se deveria afigurar uma preocupação do INEM, a dotação das suas equipas de equipamentos de proteção individual, adequados à sua intervenção neste tipo de incidente, parece não ser prioritário, o que se lamenta e não se compreende”.
Com base na análise das imagens do acidente, que causou três mortos, seis feridos graves, cinco críticos e 22 feridos ligeiros, a ATEM realçou o facto de os elementos do INEM estarem só “com capacete e polo de manga curta” dentro do autocarro acidentado.
“Podemos de forma segura afirmar que as condições de segurança destes não estavam garantidas, podendo em última análise tornarem-se de igual modo em vítimas”, realça.
Além do equipamento inadequado por parte das equipas do INEM, a ATEM critica o número de pessoas no local: “De igual modo, alertamos para a presença de elementos alheios às operações, demasiadamente próximos, o que para além de colocar estes em risco, dificulta a prestação de cuidados e socorro das equipas empenhadas Teatro de Operações”.
O autocarro partiu esta manhã de Guimarães, no distrito de Braga, com peregrinos oriundos de três freguesias daquele concelho e tinha como destino o Santuário de Fátima, tendo-se despistado e embatido num poste elétrico cerca das 09:20 na A1, na zona da Mealhada.
No local, a Proteção Civil adiantou aos jornalistas que estiveram no terreno 57 viaturas, das quais cinco eram médicas e duas ambulâncias com suporte imediato de vida, 130 operacionais, um helicóptero, que acabou por não ser necessário utilizar, e duas equipas de apoio psicológico.
Dos feridos, foram transportados para o Hospital Universitário de Coimbra oito (três críticos e cinco graves) e 12 ligeiros, sendo que para o Hospital de Aveiro foram encaminhados dois feridos críticos, um ferido grave, oito feridos ligeiros e duas crianças, que foram socorridas no Hospital Pediátrico.
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