“O apoio político da UE não é suficiente e a União deve dar passos concretos para a cooperação económica com o Irão e para aumentar o investimento”, disse Mohammad Javad Zarif, que esteve hoje reunido com o comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete.
A chefe da diplomacia europeia e os líderes da Alemanha, França e Reino Unido comprometeram-se na terça-feira a manter-se no acordo nuclear de 2015, apesar da decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de se retirar do pacto e impor sanções económicas ao Irão.
“Com a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, aumentaram as expectativas da opinião pública iraniana em relação à União Europeia”, disse o ministro.
Mas “o compromisso da UE de manter o acordo nuclear não é compatível com o anúncio da retirada provável [do Irão] de grandes empresas europeias”, frisou.
Nas declarações que fez à imprensa em Teerão, o comissário afirmou que o tempo se esgota e o Irão precisa de respostas concretas rapidamente, além da importância de os países europeus manterem as importações de petróleo iraniano.
“O que nos pedem é muita rapidez porque há muito descontentamento na opinião pública iraniana”, disse Arias Cañete à agência espanhola EFE.
A Comissão Europeia ativou na sexta-feira o chamado “estatuto de bloqueio”, que liberta as empresas europeias dos “efeitos extraterritoriais das sanções dos Estados Unidos” e lançou o processo formal para permitir ao Banco Europeu de Investimento (BEI) financiar atividades no Irão.
Bruxelas disse ainda estar a estudar “soluções práticas para permitir ao Irão continuar a exportar petróleo e gás, manter as transações bancárias e assegurar a manutenção das ligações aéreas e marítimas”.
Apesar disso, o gigante francês de energia Engie (ex-GDF-Suez) anunciou no sábado que vai suspender as suas atividades no Irão até novembro e o grupo também francês Total anunciou na quarta-feira que desiste de um grande projeto de gás se não obtiver isenção das sanções norte-americanas.
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