Em comunicado hoje divulgado, a associação ambientalista Quercus refere que “este ano nidificaram 31 casais de abutre-preto no Tejo Internacional”, o que representa “uma tendência de recuperação da espécie em Portugal”.
“Destes [31], três casais reproduziram-se em terrenos propriedade da Quercus, no Parque Natural do Tejo Internacional, um deles numa plataforma ninho artificial e os outros dois em ninho natural”, lê-se na nota.
O abutre-preto (Aegypius monachus) é uma ave necrófaga ameaçada, classificada em Portugal como “criticamente em perigo”.
Esta ave necrófaga deixou de nidificar em Portugal no início da década de 1970.
Só em 2010 esta espécie regressou como reprodutora ao nosso país no Tejo Internacional, no Douro Internacional e, desde 2015, também no Alentejo.
“O PNTI alberga a maior colónia nidificante de abutre-preto em Portugal, a segunda maior população nacional de abutre do Egipto e de grifo e diversas espécies de avifauna criticamente ameaçadas e de elevado valor biológico”, sublinham. os ambientalistas.
Os ambientalistas adiantam ainda que nesta época de reprodução “voaram 10 crias de abutre-preto no PNTI”, que foram marcadas, monitorizadas e recolhidas amostras para dar continuidade aos estudos de toxicologia.
O núcleo de Castelo Branco da Quercus associa-se hoje às comemorações do Dia Internacional dos Abutres para sensibilizar sobre a importância destas espécies e alertar para risco de extinção.
Os ambientalistas celebram este dia com a libertação no PNTI de dois abutres recuperados no Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) de Castelo Branco (CERAS) e fazendo o balanço da época de reprodução de 2022 de várias espécies de abutres ameaçadas ameaçadas naquele parque natural.
Segundos os dados da Quercus provenientes dos vários projetos de conservação e dos Centros de Recuperação de Fauna (CRAS) recolhidos entre 1999 e 2021 , permitem concluir que em 197 registos de mortalidade não natural das três espécies de abutres presentes em Portugal (Gifo, Abutre-preto e Abutre do Egipto), “as principais ameaças às aves necrófagas foram os envenenamentos (45%) seguida das electrocuções em postes elétricos de media tensão (20%) e a falta de alimento (12%), entre outras”.
O PNTI abrange o vale do troço fronteiriço do rio Tejo, vales confinantes e áreas aplanadas adjacente, cobrindo uma superfície de 26.484 hectares, estendendo-se por território pertencente aos concelhos de Castelo Branco, de Idanha-a-Nova e de Vila Velha de Ródão.
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