As imagens, captadas de um telemóvel, mostram as quatro crianças visivelmente desnutridas, a mais nova nos braços de um dos homens indígenas, que cantam, fumam tabaco (uma planta sagrada entre a comunidade) e dão graças com alegria.
Um dos indígenas, Nicolas Ordoñez Gomes, contou em estúdio que a primeira coisa que uma das crianças lhe disse quando a pegou ao colo foi que tinha fome.
Uma outra, depois de receber um pouco de comida, disse que a mãe tinha morrido e pediu pão e salsichas.
As quatro crianças, com 11 meses, 4, 9 e 13 anos, estavam desaparecidas na selva amazónica colombiana desde 1 de maio, após a queda de um avião, e foram encontradas na sexta-feira pela equipa que participava nas buscas, que incluiu militares e indígenas.
Os menores viajavam com a mãe e outro acompanhante numa pequena aeronave, um Cessna 206, que desapareceu dos radares a 01 de maio, nas imediações de San José del Guaviare, no sul da Colômbia, para onde se dirigia.
A aeronave foi encontrada a 08 de maio na vertical, com a zona frontal contra o chão, entre uma vegetação densa.
Os meios de salvamento recuperaram três corpos: o do piloto, o da mãe das crianças e o de um dirigente da comunidade indígena Uitoto.
A esperança de que as crianças pudessem ser encontradas com vida foi alimentada pela descoberta, na selva, de objetos pessoais, assim como de fruta parcialmente comida e de um biberão.
A descoberta de um abrigo improvisado, feito de paus e ramos, manteve os socorristas com esperança de que pudesse haver sobreviventes.
A selva é muito densa e perigosa nesta zona particularmente remota e as buscas são dificultadas pela presença de animais selvagens, árvores até 40 metros de altura e chuva intensa.
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