"Há danos muito avultados em bens, mas a notícia menos desagradável deste fenómeno é que não houve danos em pessoas, apenas um ferido ligeiro, um aluno que sofreu um corte muito pequeno numa mão", afirmou o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio.

Segundo o autarca, tratou-se de "um fenómeno meteorológico extremo, de muito curta duração, mas extremamente intenso e violento", que provocou, "nos locais por onde passou, muitos danos e prejuízos", que estão "por apurar".

"Há dezenas de viaturas e vários imóveis danificados e a perda patrimonial de muitas árvores que caíram", indicou, referindo que o município "precisa de ter dados mais precisos, que atualmente não tem, para poder fazer um apuramento geral e concreto".

"Há um conjunto de acidentados em termos materiais que naturalmente vão reportar os danos sofridos às respetivas companhias de seguros", com as quais "o município terá de se articular para fazer um apuramento geral e mais objetivo dos danos e prejuízos", explicou, sublinhado que "é um trabalho que irá demorar vários dias".

"Julgo que a partir da próxima semana estaremos em condições mais capazes de ter um levantamento mais objetivo dos danos e prejuízos", admitiu, frisando que, "para já, numa primeira fase, é absolutamente prioritário responder o mais rápido possível às situações de maior gravidade e devolver a normalidade possível às zonas da cidade e às pessoas afetadas".

Paulo Arsénio disse que já se reuniu com todos os chefes de divisão da câmara e com os Bombeiros Voluntários de Beja, que "estão a coordenar as operações de socorro a nível municipal".

"Estamos [câmara e bombeiros] a intervir de forma articulada para podermos responder o melhor e o mais rápido possível às situações de maior gravidade", disse, frisando que, "apesar de haver muitos recursos técnicos e humanos no terreno, a resposta imediata em todos os locais ao mesmo tempo é impossível".

Segundo Paulo Arsénio e o comandante dos Bombeiros Voluntários de Beja, Pedro Barahona, o fenómeno de vento forte e chuva intensa começou por volta das 10:50 na entrada de Beja junto ao Regimento de Infantaria n.º 1 e passou por várias zonas da zona sul/sudeste da cidade, nomeadamente pelo parque de feiras e exposições, pela Escola dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico de Mário Beirão e pelos bairros de Mira Serra, do Pelame e das Saibreiras.

De acordo com Pedro Barahona, o fenómeno meteorológico provocou a queda de mais de 100 árvores, algumas em cima de "cerca de 30 a 40 viaturas", danificando-as.

"Hoje caíram árvores de grande porte e com muitos anos de vida e que seria impensável que pudessem cair mesmo em condições meteorológicas extremas", frisou Paulo Arsénio.

Segundo o autarca, o fenómeno também provocou a queda de um muro do Regimento de Infantaria n.º 1 e o levantamento de telhados de prédios no bairro Mirra Serra e de casas do bairro das Saibreiras e de uma parte da cobertura da Escola dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico de Mário Beirão, o que levou à suspensão das aulas.

Na primeira fase, que decorre hoje e no sábado, "há muitos recursos técnicos e humanos mobilizados para se fazer o que é absolutamente prioritário", como "a limpeza das vias afetadas pela queda de árvores para se restabelecer a segurança de circulação".

"É preciso retirar as árvores que caíram e cortar outras que não caíram, mas correm o risco de cair e, por isso, não oferecem segurança", explicou o autarca.

Por outro lado, disse Paulo Arsénio, equipas de apoio social da autarquia estão nos bairros a avaliar as condições de alojamento dos imóveis afetados, "no sentido de encontrar eventuais soluções necessárias de realojamento".

"Também é preciso restabelecer as condições de funcionamento da Escola de Mário Beirão para que as aulas possam retomar o mais depressa possível, de preferência na segunda-feira", disse o autarca.