A passagem do furacão, que chegou a Portugal como tempestade tropical na noite de 13 para 14 de outubro de 2018, afetou centenas de habitações e provocou 57 desalojados no distrito de Coimbra, três no de Viseu e um no de Leiria - os territórios mais afetados, a par de Aveiro.
A tempestade, com um vento que chegou a atingir 176 quilómetros por hora, o valor mais elevado em Portugal (na zona da Figueira da Foz), provocou quase 2.500 ocorrências e obrigou à mobilização cerca de oito mil operacionais, apoiados por mais de dois mil meios terrestres.
A Leslie afetou infraestruturas de telecomunicações e abastecimento de luz, equipamentos municipais, habitações particulares, parques de campismo, associações, coletividades e instituições do setor social, viveiros e campos agrícolas, entre outros.
A Figueira da Foz, no litoral do distrito de Coimbra, foi o município mais penalizado, com prejuízos estimados num valor global de 38 milhões de euros, com danos em habitações, empresas e nos portos comercial e de pesca.
Montemor-o-Velho, no Baixo Mondego, registou danos de cerca de 20 milhões de euros, a grande maioria relacionada com a agricultura da região, caracterizada pelas culturas de arroz e milho.
Coimbra (perto de nove milhões de euros), Soure (mais de seis milhões de euros), Cantanhede (quase cinco milhões de euros), Condeixa-a-Nova (cerca de quatro milhões de euros) e Mira (136 mil euros) são outros dos municípios do distrito de Coimbra lesados pelos fortes ventos e chuvas da Leslie.
No distrito de Leiria, a Marinha Grande, cujos prejuízos, com especial incidência na Praia da Vieira, rondam os cinco milhões de euros, Pombal, com danos equivalentes a mais de três milhões de euros, e Leiria (mais de dois milhões de euros) foram os concelhos mais atingidos, enquanto em Aveiro o município da Mealhada foi um dos mais afetados - só a Mata do Buçaco sofreu perdas avaliadas em cerca de meio milhão de euros.
Além daqueles, outros municípios foram igualmente atravessados pela Leslie, mas com proporções inferiores, mas também causando danos, essencialmente no setor agrícola, para o qual o Governo abriu uma linha de apoio, a fundo perdido, de 15 milhões de euros, e duas linhas de crédito no valor global de cinco milhões de euros.
Face aos danos em equipamentos municipais, o Governo aprovou em 2019 um apoio de 1,4 milhões de euros para os 24 municípios afetados pela passagem da tempestade Leslie, de um total de 8,3 milhões de euros de investimento elegível, tendo voltado a autorizar a transferência de mais 3,6 milhões de euros este ano para as autarquias.
Já a linha de crédito aberta pelo Governo para as empresas afetadas pelo furacão, contou com sete candidaturas apoiadas, num total de 391 mil euros para recuperar instalações e equipamentos.
Na sequência da Leslie, a Altice Portugal registou um custo total de perto de 10 milhões de euros, depois de ter reparado mais de 2.500 postes afetados pela tempestade.
A Leslie originou a participação de 28 mil sinistros às companhias seguradoras, que, segundo a Associação Portuguesa de Seguros, atingem um custo estimado em mais de 60 milhões de euros.
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