Jornalistas ligados ao Governo chinês republicaram hoje no Twitter vários vídeos de um evento organizado pelo China Open, no qual Peng Shuai pode ser vista a assinar bolas e a posar para as câmaras.

Essa publicação de hoje acontece depois de outro vídeo ter sido divulgado na noite de sábado, em que o tenista é vista a jantar num restaurante em Pequim.

O presidente da Associação de Ténis Feminino (WTA, sigla em inglês), Steve Simon, qualificou o vídeo publicado no sábado como um "sinal positivo", mas considerou-o "insuficiente", porque não está claro se a tenista chinesa está em liberdade ou se está a tomar decisões por si mesma.

“Embora seja positivo vê-la, não está claro se está livre e se pode tomar decisões por si mesma, sem ser forçada ou por interferências externas. Esses vídeos são insuficientes. Como deixei claro desde o início, estou muito preocupado com a saúde e a segurança de Shuai Peng e também porque as suas alegações de abuso sexual foram censuradas e empurradas para debaixo do tapete", acrescentou Simon.

Apenas os meios de comunicação relacionados com o Governo chinês distribuíram imagens de Peng nos últimos dias, enquanto a WTA tentou contactá-la sem sucesso.

A ex-número um mundial de ténis em duplas está desaparecida desde em 02 de novembro, após acusar o ex-vice-primeiro-ministro chinês Zhang Gaoli de abusar sexualmente dela.

Peng, de 35 anos e a atual número 189 do mundo, alegou, numa publicação no seu perfil na rede social Weibo, que Zhang, de 75 anos, havia abusado sexualmente dela, numa mensagem que desapareceu da internet 20 minutos depois.

Qualquer referência à tenista ou ao caso permanece totalmente proibida nas redes sociais e nos meios de comunicação oficiais chineses.

Tanto a WTA quanto outras organizações, como a Amnistia Internacional (AI) e a ONU pediram informações sobre a tenista ao Governo chinês.

Peng liderou o ‘ranking’ mundial de duplas em 2012 e venceu em Wimbledon e Roland Garros, levando-a ao auge do ténis no seu país.