São menos 3.389 mortos do que em 2014, é a primeira redução desde 2010, segundo o índice publicado hoje pelo Instituto para a Economia e a Paz (IEP).
“O declínio do número de mortes causadas pelo terrorismo é atribuído principalmente a um enfraquecimento do Boko Haram e do grupo Estado Islâmico (EI) na Nigéria e no Iraque devido às operações militares realizadas contra eles”, escrevem os autores do índice.
Nesses países mesmos países, só este ano houveram menos 5.556 mortes do que em 2014.
No entanto, os autores sublinham que “a expansão das atividades destes dois grupos em outros países envolve novas ameaças”.
O Boko Haram conseguiu desenvolver a sua presença no Níger, nos Camarões e no Chade, fazendo aumentar o número de vítimas do terrorismo em 157% nestes três países. Por sua vez, o EI, e os seus grupos afiliados, estão “ativos em 15 novos países”, o que eleva para 28 o número de países onde atuam.
Com um total de 29.376 mortes, “2015 é o segundo ano mais mortífero registado” nos 16 anos anteriores.
Segundo estes dados, 90% das mortes causadas pelo terrorismo ocorreram em países já envolvidos em conflitos, sejam locais ou internacionais.
Os cinco países mais afetados foram o Iraque, o Afeganistão, a Nigéria, o Paquistão e a Síria.
O índice destaca duas tendências negativas no ano de 2015: a evolução da tática do EI em direção ao “terrorismo transnacional, não apenas em outras partes do Médio Oriente, mas também na Europa” e “a expansão do Boko Haram em países vizinhos da África Ocidental”.
Seis países foram particularmente afetados em 2015: França, Turquia, Arábia Saudita, Kuwait, Tunísia e Burundi, segundo o índice que destaca que o aumento do terrorismo na Europa atingiu “as mais altas taxas jamais registadas”.
Do ponto de vista económico, o relatório nota que o impacto do terrorismo em 2015 ficou estável face a 2014, custando 89,6 mil milhões de dólares (83,6 mil milhões de euros) à economia mundial.
Este custo só representa cerca de um por cento do impacto da violência na economia mundial, que em 2015 representou 13.600 mil milhões de dólares (12.700 mil milhões de euros).
Nos países da OCDE, “os fatores socioeconómicos como o desemprego jovem, a militarização, os níveis de criminalidade, o acesso às armas, a desconfiança sobre o processo eleitoral são os fatores mais significativos, estatisticamente”, em matéria de terrorismo.
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