“No nosso país o terrorismo torna-se um dos principais entraves ao desenvolvimento. Por isso, de modo particular, saudámos os jovens que se encontram nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança”, afirmou o chefe de Estado, ao intervir, na cidade do Chimoio, província central de Manica, na IX Gala Nacional do Prémio Jovem Criativo.
“A idade média dos que estão no terreno é de 30 e tal anos, mas estão a proteger-nos para que não haja expansão do terrorismo, para que possamos empreender, possamos inovar e implementar os projetos. Isto é fundamental, mas são jovens que estão a defender isso”, sublinhou, reconhecendo que participam neste combate “com muita bravura, tenacidade e grande sacrifício”.
“Combatem o terrorismo, infligindo pesadas derrotas ao inimigo, permitindo a participação dos outros jovens nos setores produtivos em prol do desenvolvimento”, destacou ainda Filipe Nyusi.
No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo – em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região - as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu esta semana “mais de 2.000” vítimas mortais.
Na sua intervenção, o chefe de Estado saudou a juventude moçambicana “em geral, pelo seu nível de convergência e sentido patriótico, colocando-se na linha de vanguarda no enfrentamento destes desafios”.
“E eu digo sempre que primeiro temos que ter Moçambique no coração. Moçambique, Moçambique, Moçambique”, apelou, avisando: “Esta pátria é invejada, mas tem donos. Os donos são vocês”.
“Somos amigos dos amigos, somos vizinhos dos vizinhos. Mas primeiro, a nossa prioridade, é aqui. Quando há um moçambicano sofrer, a sua primeira prioridade é este moçambicano, pelo que não vais ter capacidade de apoiar o outro se você não existe (…) E temos que gostar de nós mesmos”, enfatizou.
Sobre a Gala Nacional do Prémio Jovem Criativo, Filipe Nyusi explicou que permite “enaltecer a força, inteligência e criatividade dos jovens como fatores impulsionadores do desenvolvimento” do país.
A edição deste ano contou com 2.740 concorrentes de todo o país, com ideias e projetos de empreendedorismo em vários setores.
“Nós, para sermos melhor, temos de fazer. E quem tem de fazer são vocês, com essas ideias, e essas ideias de todos, não precisam de ser daquele partido ou daquela província. Pensar igual não há de ser possível, mas temos que pensar para Moçambique, para podermos construir este país”, apelou, desafiando os jovens a “capitalizar” a recuperação económica do pós-pandemia.
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