“Se pudermos chegar a um acordo agora (…) ainda podemos sair em 22 de maio”, disse May, em conferência de imprensa, em Bruxelas, referindo-se aos parlamentares britânicos, que até agora rejeitaram todos os acordos e todas as alternativas que lhes foram propostas. “Já poderíamos estar fora da União Europeia se houvesse apoio do parlamento britânico para o acordo de saída”, lamentou.
Apesar disso, a primeira-ministra britânica mostrou-se confiante na ambição de “chegar a um acordo para uma saída ordenada o mais rápido possível”, antes do prazo agora prolongado.
May, afirmou que, apesar da nova extensão para a saída da União Europeia até 31 de outubro próximo, o Reino Unido ainda pode deixar a UE em 22 de maio, antes das eleições europeias e por isso “sem ter que realizar eleições”.
“Se um acordo for alcançado e as obrigações legais puderem ser ratificadas antes de 22 de maio, poderemos sair sem ter que realizar eleições europeias”, disse.
“Enquanto políticos, temos que ouvir o mandato do referendo e agir para que o país possa avançar”, frisou May.
A primeira-ministra sublinhou que, enquanto o seu país permanecer na UE “vai manter os direitos e obrigações”.
Minutos antes, o presidente do Conselho Europeu pediu ao Reino Unido para não desperdiçar esta nova oportunidade, mas não excluiu taxativamente a possibilidade de o processo não estar finalizado em 31 de outubro, a nova data para o ‘Brexit’.
“Esta extensão é tão flexível como eu esperava, mas mais curta do que esperava, mas ainda assim suficiente para encontrar a melhor solução possível. Por favor, não a desperdicem desta vez”, instou Donald Tusk, após a conclusão da cimeira europeia extraordinária dedicada a uma nova prorrogação da data do ‘Brexit’,
A União Europeia e Reino Unido acordaram hoje uma nova data limite para o ‘Brexit’, com os ’27’ a concederem a Londres uma extensão até 31 de outubro, que a primeira-ministra britânica aceitou.
Ao cabo de uma “maratona” negocial concluída perto das 02:00 locais (01:00 de Lisboa), a UE a 27, que há três semanas já prolongara a data do ‘Brexit’ de 29 de março até 12 de abril, decidiu conceder uma nova extensão, solicitada por Theresa May, para lhe dar tempo para alcançar por fim uma maioria positiva no parlamento britânico que permita a aprovação do Acordo de Saída, chumbado já por três vezes pela Câmara dos Comuns.
O novo prolongamento do Artigo 50.º “exige” a participação do Reino Unido nas eleições europeias (23 a 26 de maio) e contempla uma revisão intercalar do processo de saída do Reino Unido da União Europeia por ocasião do Conselho Europeu de 20 e 21 de junho próximo.
Em aberto fica a possibilidade de o Reino Unido abandonar a UE a qualquer momento antes da data agora fixada se o parlamento britânico ratificar o Acordo de Saída celebrado entre o bloco europeu e o Governo britânico em novembro de 2018.
A data de 31 de outubro proposta pela UE a 27 deve-se ao facto de a futura Comissão Europeia entrar em funções em 01 de novembro.
Uma vez mais, os líderes da União Europeia não concordaram com a data solicitada por May — que, tal com em março, pedira uma extensão do Artigo 50.º até 30 de junho -, por não acreditarem que o Reino Unido consiga ultrapassar nas próximas semanas a profunda divisão que se regista na Câmara dos Comuns, evitando assim novas cimeiras de emergência e novas extensões curtas.
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