“Estamos todos aqui por uma simples razão, adoramos este país”, afirmou o candidato na quarta-feira (madrugada de hoje em Lisboa), na terceira noite da convenção. “Esta eleição é sobre liberdade”, declarou, falando desde liberdade reprodutiva à liberdade de não sofrer violência armada e de viver a vida como se entender.
Walz focou grande parte da mensagem nas preocupações e necessidades da classe média e dos mais desfavorecidos, falando das suas origens humildes e de como cresceu numa aldeia rural do Nebrasca com apenas 400 habitantes.
“Se vocês fazem parte de uma família da classe média ou a tentar chegar lá, Kamala Harris vai cortar os vossos impostos”, prometeu Tim Walz. “Se estão a ser espremidos pelos preços dos medicamentos, Kamala Harris vai enfrentar as grandes farmacêuticas”, continuou.
“Se têm esperança de comprar uma casa, Kamala Harris vai ajudar a tornar isso mais acessível. E vai defender a vossa liberdade de viverem a vida que querem ter”, continuou.
Estas medidas, que arrancaram grandes aplausos, foram colocadas em contraste com o Projeto 2025 (um documento de 900 páginas com propostas conservadoras) e as políticas que os opositores Donald Trump e J.D. Vance querem implementar.
“Eles vão esvaziar a segurança social e a MediCare, vão banir o aborto mesmo sem o Congresso (…) É uma agenda que ninguém pediu e só serve os mais ricos e mais extremistas”, acusou. “Não faz nada pelos nossos vizinhos em dificuldades”, acrescentou. “É esquisito? Sem dúvida. Mas também é errado e perigoso”.
Walz foi o democrata que cunhou a expressão “esquisitos” para caracterizar os candidatos republicanos, algo que tem incomodado Trump e Vance.
“Temos algo melhor para oferecer aos americanos”, disse Walz, elogiando o percurso de Kamala Harris e as suas propostas progressistas. “Kamala é forte, tem experiência e está pronta”, considerou o governador, cuja família estava presente e visivelmente emocionada.
“É assim que vamos virar a página de Donald Trump”, prometeu.
Walz foi professor de estudos sociais e treinador de futebol americano no secundário e comparou a campanha a um jogo que está quase no fim e onde é preciso deixar tudo em campo.
“A saúde e a habitação acessível são direitos humanos, e o governo fica de fora dos nossos quartos”, resumiu, sobre os traços gerais daquilo em que o ‘ticket’ acredita.
“É assim que vamos tornar a América num sítio onde nenhuma criança passa fome, nenhuma comunidade fica para trás, e ninguém ouve que não pertence aqui”.
A convenção nacional democrata encerra hoje com o discurso de aceitação de Kamala Harris como nomeada democrata à presidência.
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