“Acredito que um banco detido por instituições da economia social que sirva a economia social, mas que sirva também outros setores da economia, as micro, as pequenas e as médias empresas, as famílias, os setores mais inovadores, é decisivo para o país”, afirmou Tomás Correia aos jornalistas, à margem de uma conferência em Lisboa, vincando: “Isto vai acontecer, estou muito convicto”.
Tomás Correia disse estar “pouco preocupado com quem entra ou não entra”, defendendo que quer ter no futuro como grupo financeiro “todos os parceiros da economia social”, independentemente do valor da sua participação.
O presidente da mutualista assumiu que o banco de economia social “não vai beneficiar fundamentalmente o Montepio, pelo contrário”.
“Temos aqui uma plataforma que está bem capitalizada, com níveis de liquidez interessantíssimos e estamos disponíveis para colocar esta plataforma ao serviço de uma ideia para o país, não é para o Montepio”, sublinhou.
Sobre a polémica que envolve o candidato a presidente executivo Nuno Mota Pinto, que terá uma dívida à banca, pela qual esteve na lista de devedores do Banco de Portugal até dezembro, Tomás Correia não quis comentar.
“Deixemos que o regulador faça o seu trabalho, que analise e decida”, disse o presidente do Montepio, acrescentando que está “confiante no nome" indicado.
Tomás Correia revelou ainda que os estatutos da caixa económica “já estão aprovados pelo regulador há alguns dias”.
Questionado sobre se se irá candidatar nas próximas eleições em dezembro, o mesmo responsável considerou ser cedo ainda para tomar uma decisão, mas considerou que os candidatos até ao momento “não estão à altura do Montepio”.
Já o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, que tem a tutela do Montepio, sublinhou na conferência a importância de haver um “debate intenso” sobre a existência de uma instituição com ligações sociais e financeiras.
Aos jornalistas, o governante lembrou que até março está em discussão pública o novo Código das Associações Mutualistas, que irá reforçar os mecanismos de fiscalização destas instituições.
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