A iniciativa nasceu de uma parceria entre o operador turístico Douro Events, que ficou com a atividade parada devido à covid-19, e a Quinta dos Avidagos, em Alvações do Corgo, concelho de Santa Marta de Penaguião, que está a abrir as portas ao turismo de forma “mais profissional”.
“Esta parceria nasce a partir do momento em que estávamos completamente parados depois da pandemia”, afirmou à agência Lusa Francisco Guedes, da Douro Events, empresa que trabalha há 20 anos no Douro.
No ano passado este operador trabalhou com 2.800 clientes americanos, que chegaram ao território nos barcos hotéis e, desde janeiro de 2020 que, segundo o responsável, está a “faturar zero”.
Foi por isso necessário arregaçar as mangas e nasceu a ideia das viagens nestas viaturas “vintage” que têm a duração de uma hora e meia e partida com hora marcada no Peso da Régua.
Os turistas que passam na cidade duriense são desafiados a um “‘tour’ gratuito” na icónica carinha da Volkswagen, associada ao movimento ‘hippie’, até à propriedade onde a prova de vinhos tem um custo obrigatório e mínimo de 10 euros por pessoa.
A viagem de poucos quilómetros é feita devagar e de janelas abertas para melhor apreciar a paisagem de vinhas e do rio Corgo. O modelo desta carrinha possui duas janelas e foi fabricado até 1975, no Brasil, onde é conhecida como “kombi”.
Pedro Tamagnini recebe e guia os visitantes pela propriedade, pelo armazém de vinho e na adega onde se ultimam os preparativos para a vindima que vai arrancar na próxima semana.
Nesta altura, é possível aos visitantes colher uvas maduras para provar e ficar a conhecer as 15 castas diferentes que existem na Quinta dos Avidagos.
Pedro Tamagnini fala da história da família, de quando as uvas eram todas para vender e depois do início da produção própria até chegar a um portefólio de 13 vinhos, DOC Douro e Porto.
“Mostramos um conceito de quinta de família, bem cuidada com vinhas próprias e uma história com quase 400 anos”, afirmou.
Os turistas tiveram ainda oportunidade de conhecer e provar o “Ex Tinto”, um vinho branco feito a partir de uvas tintas da casta Alvarelhão.
Apesar de residir na Régua, a família de Rui Ferreira decidiu aproveitar a oportunidade de viajar na velhinha Volkswagen e conhecer mais uma quinta do Douro.
“Foi ótimo, quer na carrinha, que foi uma experiência nova, quer na quinta quer nas explicações. Já aprendemos muita coisa e somos daqui”, afirmou este turista local que estava acompanhado pela mulher, Célia Mesquita, e o filho.
Rui Ferreira brincou ainda com o “ar condicionado sempre aberto” na carrinha que tornou a viagem “muito agradável”
Natural de Mondim de Basto, Armanda Monteiro conhece bem o Douro e os seus vinhos, mas diz que cada visita a uma quinta “é única”, porque a personalidade é diferente em cada uma delas.
Afirmou ainda que gostou desta visita inserida num grupo pequeno porque permitiu dispor de mais tempo e de colocar mais questões.
Francisco Guedes referiu que esta “faina duriense” se está a realizar desde o dia 17 de agosto está a ter “uma aceitação muito boa”. Os passageiros têm sido na sua maioria portugueses, mas também já houve britânicos e espanhóis a fazer o passeio.
O responsável assegurou o cumprimento das normas de segurança e higiene, com desinfeção das mão antes da entrada na viatura, uso obrigatório de máscara e lotação da carrinha de apenas um terço.
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