A convocação da greve é feita pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC), sindicato independente e o mais representativo do banco público, com milhares de associados, que considerou a denúncia do acordo de empresa “uma verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores”, e pelo Sintaf - Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (ligado à CGTP, pouco representativo).

Já os sindicatos da banca ligados à UGT (agrupados na Febase - Federação do Setor Financeiro) e o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) preferem aguardar pelas negociações.

Contudo, qualquer trabalhador da CGD, sindicalizado ou não, pode aderir ao protesto.

Em final de julho, quando a CGD anunciou lucros de 194 milhões de euros relativos ao primeiro semestre deste ano, a administração do grupo bancário denunciou o acordo de empresa.

Segundo disse à Lusa fonte oficial, a revisão das condições atribuídas aos funcionários é fundamental para “dar sustentabilidade futura à Caixa Geral de Depósitos”, considerando que não faz sentido fazer uma reestruturação que passa pela saída de dois mil trabalhadores, no total, até 2020, e depois “ser confrontado com condições não sustentáveis [da massa salarial] e não compatíveis a prazo”.

Ou seja, a CGD quer ter mecanismos para nos próximos anos controlar os custos com os salários dos seus funcionários.

Contudo, não indica as metas de poupança que quer atingir anualmente com a revisão do acordo de empresa.

A mesma fonte indicou que o banco quer mexer nas diuturnidades (compensação monetária por anos de serviço, pagas a cada cinco anos), nas condições de reforma e nos serviços sociais (que garantem cuidados de saúde).

Entre as mudanças que pretende, está a eliminação das promoções por antiguidade e das anuidades, alterações ao regime das promoções por mérito e redução do número de categorias profissionais.

Sobre ao crédito à habitação aos trabalhadores (que têm melhores condições do que no mercado), a CGD refere que quer que haja as mesmas cautelas na concessão desses créditos do que no caso dos outros clientes.

Contudo, a grande mudança será estabelecer um montante anual agregado para a concessão desses empréstimos.

Depois da denúncia do acordo de empresa, a CGD e os sindicatos têm 18 meses para negociar um novo texto, devendo as novas regras entrarem em vigor em 2020.

No final de junho, o grupo CGD tinha 7.903 empregados em Portugal.