Na quarta-feira, a Carris anunciou um acordo com quatro sindicatos, em que os trabalhadores vão ter um aumento salarial de 70 euros, mas de fora ficou o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), ligado à Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
O STRUP pedia um aumento salarial na ordem dos 100 euros, assim como um horário diário de sete horas de trabalho e rendições dos funcionários junto às estações, sendo que, perante a proposta salarial submetida pela administração da transportadora lisboeta de autocarros e elétricos, decorreu hoje um plenário do sindicato para ouvir os trabalhadores.
Reunidos cerca de 200 funcionários, “foi decidido pelos trabalhadores a marcação de um período de greve às duas primeiras horas e últimas horas [no serviço de cada trabalhador] durante uma semana”, explicou Manuel Leal, do STRUP, à agência Lusa, contando ainda que a greve se estende às horas extraordinárias.
O dirigente sindical indicou que o pré-aviso vai ser entregue hoje e que a paralisação poderá prolongar-se além do dia 11.
“Este plenário contou com muitos trabalhadores que ainda não são associados, mas que acompanham as reivindicações”, contou Manuel Leal, na esperança de “mobilizar” mais funcionários, inclusive dos quatro sindicatos que assinaram o acordo com a Carris: o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), a Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris (ASPTC), o Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE).
“Antes de todo este processo, tentámos um processo de diálogo com todos os sindicatos, que acabaram por assinar a proposta”, detalhou.
Sobre o aumento salarial de 100 euros, acrescentou, depois da mais recente reunião, realizada em fevereiro, “a administração não chegou a dar resposta”, mas “assumiu continuar as negociações do restante clausulado do acordo da empresa”.
Segundo um comunicado do STRUP, “a proposta de 70 euros apresentada pela administração é insuficiente e não responde àquilo que os trabalhadores desejam e merecem”, além de os salários não refletirem os “ganhos de produtividade” da Carris ou o aumento do custo de vida.
A Carris é responsável pelo serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros na cidade de Lisboa, sendo, desde 01 de fevereiro de 2017, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa.
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