“Parece que este Governo está a seguir os ‘Passos’ do outro que o antecedeu. Aparentemente os contratos, com este Governo, também não são para serem cumpridos. Parece que, na perspetiva do Governo, os cortes salariais são para continuar”, declarou o sindicato dos motoristas, referindo que “os trabalhadores da Carris estão saturados de serem desrespeitados sistematicamente”.
Neste sentido, a greve convocada para 31 de agosto vai servir para a realização de um plenário geral centralizado em frente ao Conselho de Administração da Carris, na estação de Miraflores, em Lisboa, para que os trabalhadores, juntamente com o sindicato, decidam o que fazer.
O sindicato SNM sublinhou que os trabalhadores da Carris têm sofrido com os cortes salariais, o congelamento das atualizações salariais e das carreiras profissionais, bem como com o facto de “terem sido obrigados a trabalhar de borla durante a prestação de trabalho suplementar, de não terem sido avaliados conforme o previsto no acordo de empresa e de serem obrigados a fazer deslocações durante o serviço sem que as mesmas sejam consideradas como tempo de trabalho”.
“Vem agora este Governo publicar um decreto-lei que simplesmente ignora o acordo de empresa que foi assinado pelos sindicatos e pela empresa, determinando à revelia do acordado, a forma e a fórmula do pagamento dos complementos de pensões de reforma ou invalidez a todos os trabalhadores da Carris”, apontou o sindicato dos motoristas.
De acordo com o SNM, nos últimos anos, os trabalhadores da Carris deram “uma lição de serenidade e de compreensão relativamente ao estado a que o país tinha chegado, mas este Governo não pode confundir serenidade e compreensão com fraqueza”.
“Chega de tanta falta de respeito por quem trabalha”, frisou o sindicato, advogando que o SNM tem vindo a tentar defender quem trabalha através do diálogo e através dos tribunais, “mas infelizmente só o diálogo e os tribunais não chegam”.
Assim sendo, o SNM vai passar das palavras ao atos, lamentando que tenha que ser assim, mas defendendo que “tudo na vida tem o seu limite e a paciência é uma delas”.
“Caso o Governo insista em não respeitar os contratos que livremente assinou através do Conselho de Administração da Carris, (pois este nunca assinaria nada sem a autorização do Governo) os trabalhadores irão saber dar a devida resposta”, declarou o sindicato dos motoristas.
No âmbito da greve, os trabalhadores da Carris exigem “que o Estado seja pessoa de bem e honre com os seus compromissos contratuais, à semelhança do que fazem todos os trabalhadores da Carris”.
Comentários