Numa carta, endereçada a Thierry Ligonnière, presidente da Comissão Executiva da ANA, hoje divulgada, o organismo representativo dos trabalhadores da empresa de ‘handling’ (assistência em terra nos aeroportos) apelou a que a gestora, detida pela Vinci, “considere adotar temporariamente” várias “medidas de apoio extraordinário às empresas clientes, com especial incidência naquelas que prestam assistência em escala nos seus aeroportos”.

O setor da aviação, e todas as atividades relacionadas, está praticamente paralisado desde o início da pandemia de covid-19.

Assim, a CT apela à “indexação do valor das rendas aplicadas à utilização das infraestruturas, até ao final do corrente ano, aos rácios de perda de atividade relativos ao mês homólogo do ano transato, quer em números de passageiros, quer em número de voos”, bem como a “indexação até ao final do corrente ano das tarifas aplicadas por movimentos”, calculada de forma semelhante.

Os representantes dos trabalhadores pedem depois “a fixação de um período de carência até 12 meses dos pagamentos previstos nos dois pontos anteriores [rendas e tarifas] estabelecendo-se nesse intervalo apenas o reembolso de juros de mora calculados sobre os montantes em dívida”.

Para a CT, é também importante “o estabelecimento de linhas estratégicas de orientação operacional que permitam a diminuição de custos e ganhos de produtividade através da partilha de utilização de infraestruturas e equipamentos entre empresas de ‘handling’”, bem como a “participação nos custos adicionais suportados pelas empresas na proteção individual dos trabalhadores e desinfeção de equipamentos e instalações motivados pela crise sanitária”, lê-se no comunicado.

De acordo com o organismo, a missiva enviada ao presidente da ANA vem na sequência “da tomada de conhecimento das diligências já efetuadas pela Comissão Executiva da Groundforce junto da empresa” gestora dos aeroportos nacionais no mesmo sentido.

A Groundforce tem neste momento quase três mil trabalhadores, “sendo que cerca de 2.300 estão com os seus contratos de trabalho suspensos”, recordou o organismo.

Além disso, a empresa “era responsável, até à drástica diminuição da atividade da aviação comercial, por mais de mil postos de trabalho pela via da subcontratação e da prestação de serviços”, referiu a CT.

“É neste momento necessário garantir a segurança da aviação civil numa transição para a retoma e que necessita da integridade profissional que só poderá ser afiançada se os trabalhadores do 'handling' se mantiverem” na atividade, assegurou a Comissão, pedindo que seja evitado “o impacto que a destruição de carreiras poderá ter na transformação do setor num veículo gerador de mão-de-obra pouco qualificada”.