A greve começou às 00:00 horas de hoje e decorre até às 24:00 de terça-feira.
Numa nota enviada esta semana, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV) apela aos restantes colegas a solidariedade para com o seu protesto, “através do mais nobre ato de camaradagem possível, o respeito pela justa luta de quem trabalha ao seu lado, através da recusa de substituir trabalhadores grevistas e a recusa de assumir qualquer trabalho extra que menorize a sua greve”.
O sindicato lembra que, entre as muitas dificuldades que a RTP sofre, uma das que se destaca é a falta de atenção dada à parte técnica da empresa e principalmente aos que nela trabalham.
É o caso do CNCT, a “Central Técnica de Lisboa” e da Central de Comutações do Centro de Produção Norte, a “Central Técnica do Porto”, explica.
Os trabalhadores destes dois serviços têm vindo a alertar a empresa para os problemas técnicos que a decadência dos equipamentos da empresa coloca, para a falta de recursos humanos causada pela aposentação próxima de trabalhadores para os quais não havia substituição e para “paralisia absurda” das suas desadequadas carreiras profissionais.
Em Lisboa, os trabalhadores estão espalhados por cinco carreiras distintas no mesmo serviço com diferenças salariais entre trabalhadores que ascendem a 600 euros entre os mais jovens e com os mais seniores em carreiras onde não têm qualquer capacidade de evolução, por muitos mais anos que ainda venham a trabalhar, refere o SINTTAV.
Acresce a este problema, continua, “a iminência próxima da aposentação de alguns deles sem que tenha sido acautelada em tempo útil a substituição e formação de trabalhadores para os substituir numa das áreas mais sensíveis da RTP”.
No Porto, os trabalhadores desta área, com décadas de antiguidade na empresa, acumulam há vários anos várias tarefas estando todos no nível 1, escalão C, da carreira de Técnico de Gestão de Sistemas, o que é “um completo absurdo”, no entender do sindicato.
De acordo com o SINTTAV, desde setembro de 2016 que os trabalhadores fazem exposições coletivas da questão à direção de recursos humanos da empresa, recebendo como resposta que, após análise, “ainda não reúnem as condições necessárias para a alteração da situação profissional”.
Isto, acrescenta, apesar dos trabalhadores em causa acumularem quatro tarefas distintas há oito anos consecutivos.
“A pandemia não pode servir como justificação para suspender os direitos e aspirações justas de quem trabalha de forma dedicada a esta empresa com risco acrescido para si”, sublinha o sindicato, acrescentando que a RTP “não pode sistematicamente parar de tomar decisões sobre os trabalhadores que estão na base da atividade da empresa, de cada vez que há uma mudança de conselho de administração”.
Os trabalhadores, acrescenta, vendo aproximar-se a saída do atual Conselho de Administração “e a possibilidade exasperante de passar mais uns anos a tentar explicar aos novos que agora entram, a sua desesperada situação profissional, decidiram que bastava de espera”, refere.
O atual Conselho de Administração nunca pareceu perceber que o ‘timing’ para a resolução destes problemas não era a entrada do novo, mas a possibilidade da saída deste sem qualquer decisão após anos de espera, rematou.
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