De acordo com um comunicado divulgado pelo sindicato, os trabalhadores do grupo Águas de Portugal no setor captação, tratamento, distribuição e tratamento da água estão "fortemente mobilizados para realizar a maior paralisação nos últimos vinte anos com a greve de âmbito nacional", e espera uma adesão forte.
A decisão foi tomada após "dezenas de plenários, ações de distribuição de propaganda e contactos com a população", segundo o comunicado.
Indica ainda que estes trabalhadores lutam pelo aumento dos salários, a uniformização dos direitos, a regularização dos vínculos precários, a atribuição de carreiras e categorias que correspondam às profissões efetivas e o estabelecimento de sete horas diárias e 35 horas semanais.
"Tal como a generalidade dos portugueses, também os trabalhadores da AdP sofreram uma tremenda degradação do poder aquisitivo, em consequência do congelamento dos salários e das progressões na carreira", recorda o STAL, acrescentando que "há trabalhadores em empresas do grupo que auferem 586 euros de salário desde 2009 e cerca de 700 trabalhadores tem um salário inferior a 750 euros".
No final de março, os trabalhadores do grupo AdP, reunidos em plenário, decidiram avançar para a greve, caso a empresa não respondesse positivamente às propostas de aumento salarial e uniformização de direitos, nomeadamente nos subsídios.
“Se não houver resposta positiva à nossa carta reivindicativa, os trabalhadores do grupo Águas de Portugal vão fazer greve, o que acontece pela primeira vez na empresa”, disse, na altura, à agência Lusa, o dirigente sindical Joaquim Sousa.
A principal reivindicação é um aumento salarial, frisou o dirigente, sublinhando que os trabalhadores não têm aumentos desde 2010 e a empresa apresentou, este mês, no Relatório e Contas de 2017, um lucro de 50 milhões de euros da EPAL.
“Há outras questões, como a uniformização de direitos, há discriminações entre os trabalhadores, uns recebem subsídios que outros não têm, mas a questão principal são os aumentos salariais”, explicou.
De acordo com o sindicato, a reestruturação do grupo AdP, conduziu a alterações no âmbito geográfico das empresas, ”impondo deslocações e alterações dos locais de trabalho, de horários e, acima de tudo, à situação de trabalhadores com as mesmas funções e antiguidade, auferirem remunerações completamente diferentes”.
Na altura, as comissões de trabalhadores do grupo AdP consideraram que a falta de funcionários e a precariedade laboral vivida naquelas empresas podem comprometer o serviço público que prestam.
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