Em declarações à agência Lusa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), adiantou que os trabalhadores “decidiram hoje novas formas de luta com a entrega de um novo pré-aviso para o próximo dia 6 de novembro, uma greve parcial, nos mesmos moldes de esta”.
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa cumpriram hoje uma greve parcial entre as 06:00 e as 09:30, justificando a paralisação com a discordância com a proposta de atualização salarial plurianual de 24,50 euros para os anos de 2018 e 2019, apresentada aos representantes sindicais na quarta-feira pelo conselho de administração da empresa.
Quanto à greve de hoje, Anabela Carvalheira fez um “balanço muito positivo”, com os trabalhadores da área “operacional e da manutenção a aderirem massivamente à luta”.
Segundo a sindicalista, na greve de hoje os trabalhadores “assistiram a alguns problemas que nunca tinham assistido por parte da administração” da empresa.
“Tentaram utilizar algumas manobras de repressão, impedindo os trabalhadores em greve de entrar nas instalações, além de não respeitarem a segurança”, disse a dirigente sindical, referindo que “um diretor, que não tem carta para conduzir comboios, ligá-los ou manobrá-los”, entrou na composição naquilo que considerou “um ato para tentar intimidar”.
Segundo Anabela Carvalheira, o diretor em questão queria que algum trabalhador o substituísse na manobra do comboio, mas tal não se veio a verificar.
A Web Summit, cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa. A edição deste ano, a terceira no país, realiza-se entre os dias 05 e 08 de novembro. No dia 06, data da nova greve do metro, dá-se o início oficial das conferências, depois de na noite anterior ser dada a abertura do evento.
No ano passado, a Web Summit reuniu na capital cerca de 60 mil pessoas de 170 países, das quais 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
Ao início da manhã de hoje, durante um primeiro balanço da greve, Anabela Carvalheira avançou à Lusa que a polícia retirou trabalhadores das instalações, no Colégio Militar.
“No Colégio Militar tínhamos trabalhadores que estavam em piquete de greve e dentro das instalações e a polícia tirou-os de lá por ordem do conselho de administração. Só posso entender isso”, contou.
A sindicalista da FECTRANS disse também que em todas as estações há um vigilante a perguntar se as pessoas estão em greve e, se estiverem, não os deixa entrar.
“Se estiver em greve, o vigilante diz que estes só podem entrar depois das 09:30”, indicou, acrescentando que o sindicato vai denunciar a situação.
Os trabalhadores já estão a realizar, desde o dia 09, uma greve ao tempo extraordinário.
A greve parcial da generalidade dos trabalhadores do Metro de Lisboa, e que afeta a operação, realiza-se entre as 06:00 as 09:30, a que se juntam os trabalhadores administrativos entre as 10:00 e as 12:30.
Na terça-feira, o Conselho Económico e Social (CES) anunciou a decisão de o tribunal arbitral não decretar serviços mínimos para a circulação no metropolitano.
(Notícia atualizada às 13:23)
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