Em declarações aos jornalistas, o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Baltazar Gonçalves, explicou que há trabalhadores no universo municipal que cumprem a jornada de trabalho de 35 horas enquanto outros cumprem 40 e acusou o presidente da autarquia, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM), de "não querer resolver" a questão por uma "questão politica".
À Lusa, e confrontado com as acusações do STAL, Ricardo Rio explicou que não costuma comentar "atos de campanha das forças da oposição", lembrando que CDU, PS e BE estiveram representados no plenário e deixou uma sugestão àqueles partidos.
"Quanto ao cerne da questão, o PS, CDU e BE têm na sua mão o poder para resolver este problema, ou seja, o Governo que apoiam tomar a decisão de generalizar as 35 horas para todos os trabalhadores", disse.
Este foi o quarto plenário organizado pelo STAL e, segundo o sindicato, aquele que teve menos afluência de trabalhadores.
"Sabemos que é uma questão política. É evidente que o governo do PSD implementou as 40 horas. Esta é a câmara mais importante que o PSD tem. É evidente que isto é um modelo e o senhor presidente quer fazer carreira com isto", acusou Baltazar Gonçalves.
Para o sindicalista, a "questão" não se resolve porque Ricardo Rio não quer: "O presidente da câmara não a quer resolver, continua a dizer que o ‘timming' das negociações é ele que determina", acusou, deixando um aviso.
"Nos não vamos parar, ele não nos vai vencer pelo cansaço. Isto mói, mói-nos a nós, mói a ele. Se não vier a coisa, nós só temos que ir às Assembleia Municipais, reuniões de câmara e um dia vamos marcar um plenário com uma reunião de câmara que seja aberta ao público e convidar os trabalhadores para entrar lá dentro", apontou.
Baltazar Gonçalves acusou ainda Rio de "mentir" e de "não ter palavra", lembrando as promessas do agora autarca durante a campanha eleitoral de 2013: "Há quatro anos dizia que os direitos dos trabalhadores se iriam manter. Mal entrou, passados três meses, aplicou as 40 horas aos trabalhadores, ou seja, Ricardo Rio mentiu quando prometeu isso na campanha", referiu.
A 09 de junho os trabalhadores do universo municipal de Braga (Câmara Municipal, AGERE, Transportes Urbanos de Braga, BragaHabit e InvestBraga) cumpriram um dia de greve igualmente pela reivindicação das 35 horas de trabalho semanal.
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