O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Vítor Narciso, disse à agência Lusa que a paralisação teve uma adesão média que rondou os 70%.
Nos serviços centrais e de apoio a adesão foi inferior, mas "no tratamento e distribuição de correspondência foi muito boa", disse o sindicalista.
"Tivemos uma adesão muito boa, mas o principal objetivo da paralisação já foi conseguido pois o futuro do serviço prestado pelos correios tem sido discutido nos últimos dias e já fomos ouvidos na Assembleia da República", salientou.
Vítor Narciso prevê que a greve de dois dias agrave o atraso já existente na distribuição de correio devido à falta de pessoal, mas sem que a população se aperceba.
"Já ninguém nota os efeitos de dois dias de greve pois o atraso na distribuição de correspondência é permanente, devido à degradação do serviço causada pela falta de pessoal", disse o líder do SNTCT, filiado na CGTP.
De acordo com a empresa, a paralisação quase não afetou o funcionamento dos correios, porque registou apenas uma adesão de 17%, que levou apenas ao encerramento de duas das 608 lojas CTT na quinta-feira e de uma loja hoje.
A greve de dois dias, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda dos postos de trabalho e da qualidade do serviço prestado à população, foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT.
Na terça-feira, os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.
De acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com especial incidência em 2019 e 2020.
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