Os trabalhadores da Universidade de Coimbra, reunidos em plenário geral, manifestaram-se hoje "totalmente contra a passagem da Universidade de Coimbra para o regime fundacional" e concluíram que essa possível passagem "seria um desastre, com graves consequências no que é um serviço público", refere a resolução enviada à agência Lusa pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (STFPSC).

Os funcionários da instituição exigiram também "o fim imediato de todo o processo da passagem da Universidade de Coimbra para o regime fundacional, manifestando total disponibilidade para encetarem as formas de luta que vierem a ser consideradas para o efeito".

No documento aprovado em plenário, os trabalhadores sublinham que a passagem da Universidade de Coimbra (UC) a fundação de direito privado "não pode garantir a igualdade de oportunidades".

A adoção do regime fundacional, frisam, levaria à "deformação do funcionamento colegial e democrático" e ao "definhamento" da função social da universidade.

"Sendo certo que é necessário mudanças substanciais no ensino superior público que melhorem a sua qualidade, reforcem a sua democraticidade e garantam a sua gratuitidade, estas só serão possíveis com a defesa da gestão democrática e transparente das instituições e o aperfeiçoamento da autonomia do ensino superior público", lê-se na resolução aprovada.

Também os estudantes da instituição já se manifestaram contra a passagem da UC a fundação, tendo aprovado uma moção a 19 de abril, em assembleia magna da Associação Académica de Coimbra.