O aviso do líder da Frente Comum, Sebastião Santana, foi deixado à saída de mais uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, no Ministério da Presidência, em Lisboa, sobre valorização de carreiras, entre outros temas.
“O Governo tomou uma opção que leva ao empobrecimento dos trabalhadores e apresentou-nos isso logo na primeira reunião negocial. Evoluiu na forma de distribuir o mal pelas aldeias, mas não quer resolver o mal”, afirmou Sebastião Santana.
O sindicalista contestou o aumento salarial global médio de 3,6%, referindo que a inflação homóloga é nesta altura superior a 10%.
“Perante isto, os trabalhadores darão a resposta no dia 18 de novembro. Vai ser uma resposta expressiva, porque os trabalhadores estão fartos de empobrecer”, sublinhou o coordenador da Frente Comum, referindo-se à greve nacional marcada para sexta-feira.
Sebastião Santana apelou ao Governo para que, até ao dia 25, dia da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), evolua na sua posição e passe a olhar para os trabalhadores da administração pública “não como uma despesa mas como um investimento”.
Segundo disse, na reunião de hoje, houve “pormenores que evoluíram” face à proposta anterior apresentada pelo Governo, mas considerou serem “insuficientes”.
Em causa está a valorização dos assistentes operacionais da administração pública.
Segundo explicou, os assistentes operacionais com mais de 30 anos de serviço sobem um nível remuneratório em janeiro do próximo ano e só em 2024 darão um novo salto na tabela salarial, ou seja, além da atualização salarial que será de cerca de 52 euros ou de 8%, estes trabalhadores terão mais cerca de 52 euros no próximo ano e outros 52 euros em 2024.
Na proposta anterior, o Governo propunha que a valorização desta categoria profissional fosse de dois níveis (um total de 104 euros a somar à atualização salarial) logo em janeiro de 2023, abrangendo no entanto os assistentes operacionais com mais de 35 anos de serviço.
Já os que tiverem entre 24 e 30 anos de serviço em 31 de dezembro de 2024, sobem uma posição remuneratória em 2025 e os que em dezembro de 2025 tiverem entre 15 e 24 anos de serviço aumentam uma posição salarial em janeiro de 2026.
O líder da Frente Comum considerou que esta alteração “é manifestamente insuficiente”, defendendo que uma valorização imediata de todos os assistentes operacionais “representaria uma verba muito pequena” em termos orçamentais, já que se trata “dos trabalhadores mais mal pagos da administração pública”.
Segundo disse, esta alteração será feita sem que haja qualquer aumento da verba orçamental destinada à valorização de carreiras.
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