Andrés Granados disse mesmo que “El Chapo” poderá morrer se continuar a ser vítima de “maus tratos” dentro da prisão, localizada na cidade fronteiriça de Ciudad Juárez, no estado de Chihuahua, no norte do México.
“Parece que o governo federal quer matá-lo antes de extraditá-lo”, disse o causídico, numa entrevista à agência noticiosa espanhola Efe, após visitar o seu cliente.
De acordo com a defesa, “El Chapo” toma antidepressivos e ansiolíticos, entre outros fármacos.
“Queremos que fique bem claro que ele não se vai suicidar. O dano que poderá sofrer é pela tortura e isolamento”, afirmou.
O advogado qualificou ainda o processo de extradição para os Estados Unidos de “circo e teatro”.
“O que está a acontecer na realidade é uma distração para não se perseguir os ex-governadores de Chihuahua e de Veracruz que roubaram milhões de pesos [mexicanos]. Nós ainda temos mais recursos e pretendemos ir até ao Tribunal Interamericano dos Direitos Humanos”, sustentou.
Um juiz mexicano autorizou na sexta-feira a extradição para os Estados Unidos de “El Chapo” ao recusar duas ações judiciais apresentadas pela defesa, informou a Procuradoria-Geral da República.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República disse ter sido notificada de cinco decisões emitidas pelo tribunal penal do distrito de Amparo na Cidade do México relativas às ações judiciais apresentadas pela defesa.
“Em duas delas o órgão jurisdicional negou a proteção e proteção da justiça federal, enquanto as outras três foram recusadas”, precisou.
Em setembro, os advogados de “El Chapo” afirmaram que se o juiz lhe negasse a proteção recorreriam da decisão a um tribunal colegial, que envolveria uma nova análise do caso que duraria “entre três e seis meses”.
O Governo mexicano indicou, este mês, que pretendia extraditar “El Chapo” no início do próximo ano.
Caso a extradição se concretize, aguarda-se um mega julgamento nos Estados Unidos para um homem cujo cartel tem sido acusado de numerosos assassinatos de fornecer toneladas de cocaína e outras drogas ao vasto mercado norte-americano.
“El Chapo” foi recapturado em janeiro, seis meses depois de ter fugido de uma prisão de alta segurança através de um túnel de 1,5 quilómetros que construiu a partir da sua cela.
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