A transcrição foi feita através de uma câmara fixada na farda de Thomas Lane, um dos quatro polícias acusados no caso e cuja defesa está a tentar que as acusações contra ele sejam retiradas apontando para o principal arguido, Derek Chauvin.
Até agora, os últimos minutos da vida de Floyd eram conhecidos graças a vídeos gravados por filmagens de pessoas, mas o documento fornecido por Lane mostra a cena, que ocorreu a 25 de maio em Minneapolis, de uma forma ainda mais dramática.
“Vão matar-me, vão matar-me”, disse Floyd, de 46 anos, uma vez que a polícia o mandou prender e de bruços no chão, ao que Chauvin respondeu: “Para de falar, para de gritar, é preciso muito oxigénio para falar”.
Chauvin foi aquele que sufocou Floyd ao pressionar o joelho contra o pescoço durante mais de oito minutos, durante os quais o afro-americano repetiu mais de 20 vezes que não conseguia respirar.
Essas chamadas desesperadas de Floyd foram respondidas pelos agentes envolvidos com frases como “relaxa” (Tou Thao), “respira fundo” (Lane) ou “estás bem, estás a falar bem” (Alexander Kueng).
Floyd também comunicou à polícia que tinha estado infetado com o novo coronavírus e que estava a ter dificuldades em respirar.
A certa altura, Lane perguntou a Chauvin – o mais experiente dos quatro polícias – se deviam virar Floyd para o lado, mas ele disse “não”.
Lane insistiu que estava preocupado com a saúde de Floyd, uma vez que parecia estar sob a influência de alguma substância.
“Bem, é por isso que uma ambulância está a chegar”, disse Chauvin, que não levantou o joelho do pescoço de Floyd até que um paramédico lhe disse para o fazer.
Chauvin é acusado de homicídio em segundo grau e homicídio involuntário em terceiro grau por matar Floyd, enquanto Lane, Thao e Kueng são acusados de cumplicidade e homicídio em segundo grau.
Lane, que saiu sob fiança de 750.000 dólares, argumentou que foi a sua primeira semana naquela força policial e que foi Chauvin quem tomou as decisões que levaram à morte de Floyd’s.
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