Esta sexta-feira, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, em conferência de imprensa, revelou que o Governo vai voltar a determinar a situação de alerta no país devido às elevadas temperaturas que se vão fazer sentir e ao consequente risco de incêndio - que os últimos meses têm mostrado ser muito mais do que um mero risco, tendo em conta os grandes fogos que deflagraram no país.

Assim, nos dias 21, 22 e 23 de agosto – domingo, segunda e terça-feira —, com reavaliação na segunda-feira ao fim do dia, Portugal vai estar em situação de alerta em todo o território continental.

O cenário em causa

  • Temperaturas superiores a 40 graus, vento e seca. “Em primeiro lugar, o novo pico de calor que se vai fazer sentir nos próximos dias, a partir de domingo, que poderá alcançar temperaturas superiores a 40 graus; em segundo lugar, ventos que poderão variar entre os 40 e os 60 quilómetros por hora, em terceiro lugar, a manutenção de seca severa e extrema em grande parte do território nacional”, observou o ministro.
  • Período menos exigente do que o vivido em julho. Segundo o governante, este “é um período novo e exigente”, embora tenha reconhecido que no domínio das temperaturas “não é tão exigente como foi o período de julho”. Quanto à questão da seca severa e extrema e do vento, José Luís Carneiro defendeu que “exige uma manutenção da capacidade operacional que exige a mobilização de mais meios”.
  • Casos de fogo posto duplicaram. “Entre julho e agosto duplicou o número de incêndios e duplicou o número de incêndios cujas causas estão relacionadas com incendiarismo”, disse o ministro. De acordo com o governante, o número de incêndios que se suspeita terem sido causados por fogo posto passou de 13% para 26% no último mês. As restantes ocorrências, que representam cerca de 64%, são motivadas pelo uso indevido de fogo ou razões acidentais.

As medidas tomadas

  • Limitações ao uso do fogo, trabalho agrícola e acesso a espaços. Durante este período existirão “especiais limitações quanto ao uso do fogo, ao uso de máquinas e ao uso de trabalhos agrícolas, bem como no que diz respeito ao acesso aos espaços florestais”. O ministro lembrou que a utilização do fogo é apontada como causa em 54% das ocorrências, aos quais se juntam outros 10% de causas diversas.
  • Reforço de meios com mais 500 bombeiros. “A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil fica com autorização para avançar com a contratação de mais 100 equipas de bombeiros, o que significa mais 500 homens, tendo em vista reforçar os meios humanos e permitir que esta reposição de meios mantenha o vigor e a eficácia que tem existido até agora”, afirmou José Luís Carneiro, sublinhando que 90% dos incêndios têm sido debelados em 90 minutos.
  • Antecipação do pagamento às corporações de bombeiros. “Decidimos antecipar os pagamentos às corporações de bombeiros que têm tido o esforço de integração no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)”, referiu o governante.
  • Forças Armadas vão apoiar GNR e PJ no patrulhamento. O executivo decidiu empenhar 25 equipas das Forças Armadas no patrulhamento dissuasor, que vão apoiar os 230 postos de vigia da Guarda Nacional Republicana já no terreno e a Polícia Judiciária. Além desses meios, a vigilância é atualmente feita também com o recurso a meios aéreos e ‘drones’ e José Luís Carneiro assegurou que “todos esses meios estão operacionais”.