“Instamos as autoridades a que tornem público o lugar onde se encontram estes jornalistas e as suas acusações e que deixem de prender, arbitrariamente, profissionais de meios de comunicação”, exige o coordenador do Comité para Proteção dos Jornalistas (organização não-governamental situada nos Estados Unidos) para o norte de África e o Médio Oriente.

Em comunicado, Sherif Mansur acrescenta que “a censura contra os jornalistas mostra a fragilidade das autoridades egípcias em vez de realçar a sua força”.

Desta vez, os jornalistas detidos foram Adel Elissa (fotojornalista freelancer), Ahmed Abdel Gawad (fotógrafo do jornal local Al Shorouk) e Mohamed Ibrahim (‘blogger’).

Segundo Sherif Mansur, o reeleito presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi incutiu um “clima de medo em que os jornalistas não sabem se vão ou quando vão ser detidos ou sofrer outro tipo de punição”.

Entretanto, as autoridades egípcias fizeram várias ações contra meios de comunicação locais e internacionais no país.

Em março, um mês antes das eleições no país que deram a vitória a Abdel Fattah al-Sisi com 97% dos votos, uma jornalista britânica do The Times Bel Trew foi deportada por, segundo as autoridades, não ter as autorizações atualizadas.

Mais recentemente, no início deste mês, o jornal diário Al Masry al Youm foi multado em 8.500 dólares (quase sete mil euros) por escrever que o Estado tinha mobilizado os eleitores durante os três dias eleitorais através de propaganda.

Também o jornal Masr al Arabiya foi multado e chegou a ser encerrado por reproduzir uma notícia do The New York Times que dizia que “os egípcios vão dolorosamente às urnas por três dólares [2,44 euros]”.

Entretanto, na passada quinta-feira, o diretor do jornal Masr al Arabiya, Adel Sabri, foi preso e acusado de “aderir a um grupo terrorista”.

O Egito ocupa o lugar 161 na lista ordenada de 180 países quanto à liberdade de imprensa feito todos os anos pela organização Repórteres Sem Fronteiras.