Estas mortes elevam para 44 o número de palestinianos mortos desde o início do movimento de contestação ‘marcha do retorno’, a 30 março, segundo uma contabilização realizada pela agência France-Presse.

Abdoul Salam al-Bakr, 29 anos, foi morto a leste de Khan Yunes, no sul do enclave. Dois outros homens, cuja identidade ainda não foi revelada, não resistiram aos disparos no leste do território situado entre Israel, o Egito e o Mediterrâneo.

Dezenas de milhares de palestinianos na Faixa de Gaza, enclave situado entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, têm-se manifestado desde 30 de março junto à fronteira com Israel para reivindicar o direito dos palestinianos a regressarem às terras de onde foram obrigados a sair ou de onde fugiram após a criação de Israel em 1948.

Denunciam também o bloqueio imposto há dez anos por Israel para conter o movimento islamita Hamas que governa o território.

Os protestos da ‘marcha do retorno’ deverão continuar até 15 de maio, aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a ‘Nakba’ (catástrofe).

As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos participam nas manifestações de protesto. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns aproximam-se da cerca e tentam lançar projéteis contra os soldados, arriscando a vida.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais contra os participantes na “marcha do retorno” e o Parlamento Europeu exortou Israel a “abster-se de qualquer recurso à força letal” contra os manifestantes palestinianos.