Segundo a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), tem-se verificado uma diminuição de incidência (novos casos) de AVC, mas a prevalência (total de casos) tem aumentado, sobretudo porque na última década têm amentado os sobreviventes.
A propósito do Dia Nacional do Doente com AVC, que hoje se assinala, a SPAVC lembra que dos três portugueses que a cada hora sofrem um AVC, um dos quais não sobrevive e, pelo menos, outro ficará com sequelas incapacitantes.
Há na comunidade médica um reconhecimento crescente da importância do género no prognóstico do AVC, com a mulher a ter maior risco ao longo da vida, sobretudo porque mais mulheres têm doença vascular cerebral devido à sua maior longevidade.
“A mulher é geralmente mais idosa, funcionalmente mais dependente e tem AVC mais graves”, referiu, em declarações à agência Lusa, Teresa Cardoso, coordenadora do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da Sociedade de Medicina Interna.
Isto está ligado, sobretudo, ao facto de a mulher ter mais arritmias, sobretudo um tipo específico (fribrilhação auricular), ter também mais hipertensão após a menopausa e ter risco superior de AVC por diabetes.
A médica lembra que a mulher tem também pior prognóstico em termos funcionais relativamente ao homem e tem também menor qualidade de vida após um AVC.
Contudo, há prognósticos semelhantes em ambos os sexos sobretudo quando é usado o tratamento adequado, com o tratamento trombolítico e cuidados em unidades de AVC a garantirem um bom prognóstico, mesmo independentemente dos fatores de risco específico.
Aliás, Teresa Cardoso sublinha que o prognóstico após AVC é inevitavelmente influenciado pela qualidade de tratamento e pelas condições sociais.
Perante sintomas de AVC (boca ao lado, dificuldade em falar ou perda de força de um lado do corpo) os especialistas frisam que deve ser contactado o 112 e aconselham as pessoas a nunca se deslocarem para o hospital pelos seus próprios meios, pois a escolha da unidade com cuidados adequados é fundamental.
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