O candidato independente à Câmara de Oeiras Isaltino Morais disse hoje que vai recorrer da decisão do Tribunal de Oeiras por ter rejeitado a candidatura devido a "irregularidades" na lista apresentada para as próximas eleições autárquicas.
As 31.000 assinaturas recolhidas pelo candidato do movimento Isaltino - Inovar Oeiras de Volta foram entregues na semana passada, mas um despacho do juiz Nuno Cardoso refere que não estão devidamente identificados os candidatos apresentados na lista.
Em conferência de imprensa, Isaltino Morais confirmou que já foi notificado pelo Tribunal e garantiu que cumpriu a lei e, por isso, vai recorrer, levantando ainda suspeitas de que a decisão do juiz poderá estar relacionada com relação de amizade com o atual presidente da Câmara de Oeiras e também candidato, Paulo Vistas.
No dia 1 de agosto, tinha entregue no Tribunal de Oeiras as 31.000 assinaturas recolhidas para os órgãos autárquicos do concelho nas próximas eleições, as quais revelou concorrer para ganhar.
"Foi para isso que me candidatei (para ganhar), mas claro que o povo é que escolhe e temos de ter humildade porque no dia 1 de outubro é que tudo se decide", acrescentou.
O antigo presidente da Câmara de Oeiras adiantou ainda que a sua equipa é composta "por caras novas", com exceção de duas candidatas às freguesias.
Em entrevista ao SAPO24, em maio, revelou que andava "muito na rua". E, quando isso acontecia, era abordado pelos "munícipes" e foi "constatando algum desencanto pela forma como sentiam que Oeiras estava a perder identidade".
Eleito pela primeira vez em 1985, pelo PSD, como presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais conseguiu renovar os mandatos de 1989 até 2009, apenas com uma interrupção de três anos. Durante parte deste período, foi ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.
Foi candidato pelo PSD pela última vez em 2001, quando venceu as autárquicas com 55% dos votos. Enquanto líder do IOMAF - depois da rutura com o partido -, foi eleito com cerca de 34% da votação em 2005 (quando era arguido num processo judicial, acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal) e com 41,52% em 2009, já condenado a sete anos de prisão.
Após vários recursos, viu a pena ser reduzida para dois anos pelos crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal.
O caso teve origem em contas bancárias na Suíça e na Bélgica não declaradas ao fisco e ao Tribunal Constitucional. A acusação alegava que o autarca aproveitava as contas de uma ex-secretária e de um sobrinho na Suíça, taxista, para ocultar avultadas quantias.
Na corrida por Oeiras foram já anunciados, além de Paulo Vistas e Isaltino Morais, os candidatos Ângelo Pereira (líder do PSD/Oeiras e vereador), Pedro Perestrello (Partido Nacional Renovador) e Heloísa Apolónia (deputada de “Os Verdes” que concorre pela CDU).
[Notícia atualizada às 22:00]
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